Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que a atividade econômica foi impulsionada pela expansão dos postos de trabalho nos serviços e comércio. Indústria, construção civil e agropecuária tiveram resultado negativo
Por Felipe Moura
O Brasil registrou saldo positivo de 130.097 vagas de emprego em novembro, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A informação foi divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nesta quinta-feira (28). O acumulado nos 11 primeiros meses do ano chegou a 1.914.647 postos de trabalho formais.
Francisco Macena, secretário-executivo da pasta, destacou que o resultado está acima das expectativas que o mercado financeiro projetava. “A gente está com uma consideração muito positiva desse resultado comparado com aquilo que era a expectativa no final do ano passado e no início do ano. Tinha uma tendência de todos os analistas econômicos que a gente passaria por um momento de grandes dificuldades neste ano”, disse.
A expansão do mercado formal de trabalho foi puxada pelos setores de serviços e comércio. O primeiro teve saldo positivo de 92.620 vagas, enquanto o segundo de 88.706.
Por outro lado, a agropecuária demitiu 21.017 trabalhadores a mais do que contratou. Para o MTE, o tombo se deve a problemas com a safra de cana de açúcar e, também, com a quebra de safra da soja observada no Centro-Oeste.
A retração do emprego também se observou na construção civil e na indústria, que registraram saldo negativo de 17.300 e 12.911 empregos, respectivamente. Para a pasta, trata-se apenas de um impacto sazonal.
No acumulado do ano, a pasta destaca que há saldo positivo de postos de trabalho nos cinco grandes grupamentos econômicos (serviços, comércio, agropecuária, construção civil e indústria) e nas 26 estados e Distrito Federal.
Os dados referentes ao mês de dezembro devem ser publicados apenas no fim de janeiro. Apenas lá será possível saber como foi o desempenho consolidado do mercado formal de trabalho no país durante o ano de 2023.
Macena projeta que 2024 será positivo. “Nossa expectativa é que no ano que vem a gente possa ter um ciclo virtuoso, não só de geração de empregos formais, mas de renda também. Já sentimos nesse primeiro ano o impacto positivo do aumento real do salário mínimo. Ele vai ter um reajuste de R$ 92 no ano que vem e achamos que isso vai aumentar o consumo, vai movimentar a economia e vai gerar emprego.”