O mercado de trabalho brasileiro pode sofrer com a falta de mão de obra qualificada nos próximos anos. De acordo com o Mapa do Trabalho Industrial 2017-2020, elaborado pelo Senai, o país vai precisar profissionalizar e qualificar 13 milhões de trabalhadores para atender às necessidades da produção industrial.
Por causa da crise econômica, os investimentos públicos em educação técnica e profissional diminuíram, gerando uma série de problemas na oferta dessa modalidade de ensino. Segundo a deputada federal Laura Carneiro (PMDB/RJ), tem sido assim no estado do Rio de Janeiro. “As unidades da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) estão sofrendo com a carência de professores e com a falta de pagamento dos salários do corpo docente. E isso é um problema muito grave para nós”, afirma.
Para ela, o país precisa investir na educação técnica e profissional da mesma forma que promove o curso superior. “Um país continental como o Brasil não pode pressupor que todas as pessoas vão frequentar um curso superior. O ideal é que tenhamos técnicos especializados para suprir a necessidade da indústria e, ao mesmo tempo, profissionais de nível superior para assumir outras demandas”, explica. As áreas que devem oferecer o maior número de vagas para técnicos profissionais nos próximos anos são: Construção Civil, Meio Ambiente e Produção e Metalmecânica.
Ampliar a formação
Com as mudanças previstas no novo ensino médio, a educação técnica e profissional ganha um maior destaque. Isso porque a nova legislação, sancionada em fevereiro deste ano, flexibiliza a grade curricular e possibilita mais tempo para quem deseja escolher um curso técnico enquanto frequenta o ensino regular.
Hoje, para sair com os dois diplomas, o aluno precisa cumprir uma carga horária de 2,4 mil horas do ensino médio e mais 1,2 mil horas do técnico. Com as mudanças previstas na reforma, ele vai poder optar por uma formação técnica profissional dentro da carga horária regular, desde que continue cursando Português e Matemática até o final.