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Pandemia exige ações sociais e apoio à educação

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A pandemia do novo coronavírus já ficou marcada como um dos eventos mais dramáticos da história recente da humanidade. Além de ceifar mais de 2,3 milhões de vidas em todo o planeta, gerou uma crise econômica global inédita, causada pela paralisia das atividades produtivas. Alguns conseguiram se adaptar a essa nova realidade.

Minha empresa, a CONTI Organization, que atua no mercado imobiliário americano, renegociou contratos, reviu metas e, um ano depois, está conseguindo atravessar a pandemia sem demitir ninguém. Mas essa receita não se aplica a todos os setores.

A área de educação, por exemplo, foi uma das mais afetadas pelo isolamento social exigido no combate ao novo coronavírus. De acordo com relatório recente da Unesco, agência da ONU para ensino e cultura, as escolas de todo o mundo passaram em média 2/3 do ano letivo fechadas por causa da pandemia. Cerca de 800 milhões de estudantes — mais da metade da população estudantil mundial – ainda enfrentam interrupções de aulas. Desde a Segunda Guerra que o mundo não via tantas escolas fechadas, com alunos fora da sala de aula e sem o suporte de professores.

A situação é ainda mais grave no Brasil, que já vinha enfrentando problemas crônicos de aprendizado em todas as etapas do ensino fundamental. Com a pandemia, esse atraso deve aumentar ainda mais. A maioria das escolas não estava preparada para oferecer ensino remoto ou a distância. O mesmo ocorreu com os professores.

Acredito que o momento exige ações proativas da sociedade para proteger os mais atingidos. Foi essa convicção que me levou a anunciar uma parceria da CONTI com o Instituto Ayrton Senna. O objetivo é dar apoio institucional aos programas desenvolvidos pelo Instituto, garantindo acesso a uma educação integral para milhares de crianças e jovens de várias regiões do Brasil.

Escolhi o Instituto Ayrton Senna por causa do comprometimento, seriedade e capilaridade das ações que o IAS coordena em 385 municípios, atendendo mais de 1,3 milhão de crianças e jovens em todo o País. É o mínimo que posso fazer para estimular mais empresários a seguir esse caminho.

Tenho muito orgulho de minha trajetória, marcada por determinação, trabalho, resiliência e vontade de crescer. Se cheguei a algum lugar foi porque aprendi as lições que a vida me ensinou. A maior de todas é que, sem valorizar a educação como instrumento de crescimento pessoal, ninguém vai longe.

O caminho que trilhei é o exemplo que procuro seguir. Saí de Itajubá, no sul de Minas, em 2001, em busca de um futuro melhor. Tinha 20 anos. Deixei para trás minha família e um curso incompleto de Direito. Desembarquei em Boston, na costa leste dos Estados Unidos, com apenas US$ 300 no bolso e muita vontade de fazer acontecer. Passei por empregos temporários, mas jamais deixei de investir em cursos de administração e economia. Sabia que, sem capacitação, não teria chance de escolher meu próprio futuro.

Buscando sempre aprender e me aperfeiçoar, abri uma pequena empresa em Boston, onde ganhava a vida comprando, reformando e vendendo casas, modelo de negócio que os americanos chamam de “house flips”. Em 2007, percebi a formação de uma bolha no mercado imobiliário e decidi tentar algo novo.

Mudei para Dallas, no Texas, estado com ótimos índices de emprego, crescimento econômico e facilidade para abrir negócios. O resto é história: com um sócio, criei a CONTI e passei a atuar no segmento multifamily do mercado imobiliário, adquirindo conjuntos residenciais em que todos os apartamentos são oferecidos para aluguel.

Em 12 anos de atuação, a CONTI tem um portfolio de 10.000 apartamentos para aluguel, movimentando US$ 1 bilhão em ativos. Apenas entre 2014 e 2020, a CONTI conquistou 15 premiações por crescimento, inovação e empreendedorismo. Jamais deixei de estudar nesse período, incluindo a graduação do curso OPM da Harvard Business School, especialmente para donos e presidentes de empresas.

Nesses 20 anos de vida nos EUA, também sempre procurei me engajar em ações de responsabilidade social, mesmo quando tinha recursos financeiros limitados. Hoje, a CONTI colabora com várias organizações não-governamentais nos EUA voltadas para ações sociais. Entre elas, a Vogel Alcove, especializada em oferecer suporte psicológico para crianças que vivem em situação de rua, e a Paper for Water, que financia mais de 200 projetos de perfuração de poços artesianos em 20 países ao redor do mundo.

Com o crescimento da carteira de investidores brasileiros na CONTI, achei que era hora de devolver um pouco para o meu país o que ganhei e aprendi esses anos todos nos EUA. A opção pelo Instituto Ayrton Senna foi natural não só por atuar na educação, mas por seus programas permitirem que crianças e jovens façam as melhores escolhas e tenham um futuro melhor.

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