Pandemia causa exaustão frequente para 73% das brasileiras. 41% das mulheres convive com a insônia em função de todas as suas responsabilidades
Por Ascom/ Hibou
A divisão das tarefas de casa no dia a dia da família brasileira nunca foi muito equilibrada entre o homem e a mulher, tornando assim a jornada da mulher muito mais intensa e exaustiva. Com a crise da pandemia e o isolamento social, 79% das mulheres afirma que sua jornada diária aumentou e muito em relação ao trabalho, ser mãe, o cuidado da casa, entre outras tarefas, mesmo tendo um companheiro, trazendo também um sentimento de exaustão frequente para 73% das brasileiras. O dado faz parte de um recorte da pesquisa publicada pela Hibou – empresa de monitoramento e pesquisa – sobre O Dia Internacional da Mulher.
“A maior quantidade de trabalho, de acordo com 69% das entrevistadas, é a principal queixa das mulheres nesse período. Isso pode um ser gatilho para a segunda maior reclamação, que está relacionada à dificuldade para dormir, já que 41% das mulheres convive com a insônia em função de todas as suas responsabilidades. É uma rotina abusiva, que envolve jornadas duplas e até triplas de trabalho. Triste saber que 9% das mulheres ouvidas chegou a pedir demissão ou se afastou do trabalho em função dessa realidade”, relata Ligia Mello, Sócia da Hibou.
A sensibilidade atrelada ao biênio 2020/21 carrega uma tensão ainda maior em relação ao tema, já que o mundo enfrenta uma pandemia global que potencializa ocorrências de violência doméstica e abuso emocional. Com isso, 81% das entrevistadas ouviu uma história de mulheres próximas que sofreram agressão doméstica. Sobre a saúde mental, 65% teve ou ajudou alguma amiga ou familiar mulher com problemas de ansiedade ou depressão.
Uma fatia de 72% das entrevistadas afirmou que sentiu mais confiança neste momento desafiador para tomar alguma atitude em casa, no trabalho ou na vida pessoal e 41% conversou em casa e conseguiu algum tipo de ajuda para a rotina do confinamento. Ainda de acordo com os dados, apenas 3 a cada 10 mulheres tomou de fato alguma atitude real sobre ocorrências cotidianas. Quando as mulheres precisam desabafar, 55% conversam com amigas, 49% rezam ou fazem atividade similar, 46% engole o perrengue e segue em frente, 39% sentam e choram e 31% conversam com algum parente, mas na maioria das vezes essa rede de construída não dá o suporte necessário para essas mulheres na hora do perrengue.
Com aumento de 18% na comparação entre 2018 e 2021, 8 entre 10 mulheres ainda se sentem diminuídas em algumas situações profissionais. 51% se sente desconfortável em ambientes como estádios esportivos, feiras, eventos de tecnologia, corridas de carro, sexshop, borracharia ou oficina mecânica, mas em 2018 esse sentimento era maior, atingindo 68% das mulheres, um sopro de esperança.
Metodologia
Um total de 2250 pessoas responderam de forma digital, entre 24 de fevereiro e 2 de março, em território nacional, garantindo 95% de significância e 2% de margem de erro nos dados revelados. A pesquisa engloba mulheres de todos os níveis de renda e faixa etária.