Da Redação
Faltando mais de um ano para a data prevista para as eleições municipais de 2020, já é intensa a movimentação nos bastidores da política brumadense e os partidos e lideranças já começam a intensificar a mobilização e as conversas visando o processo sucessório de Brumado. Em 2020, avaliam analistas políticos ouvidos pela reportagem do JS, ao contrário do que ocorreu em 2016, quando o engenheiro Eduardo Lima Vasconcelos (PSB) venceu com expressiva margem de votos (69,17% dos votos válidos), a disputa em 2020 promete ser mais acirrada. O prefeito Eduardo Lima Vasconcelos (PSB) deverá ser candidato à reeleição e tentará repetir a ampla coalizão de forças que assegurou sua vitória [PCdoB, PR, PDT, PSDB, PPS e Patriota (antigo PEN)], embora, em razão da distribuição de cargos na estrutura administrativa, algumas lideranças das legendas que participaram da coligação tenham sido preteridas e insatisfeitas poderão migrar para outras coligações ou até mesmo ensaiar uma candidatura própria.
Na oposição, hoje dispersa e com a sinalização de que pelo menos dez nomes estão já trabalhando para conquistar adesões e apoios, dois candidatos aparecem com maior visibilidade e deverão ser os protagonistas das discussões que vão definir as possíveis chapas majoritárias para interromper o ciclo de quase quinze anos iniciado com a eleição, em outubro de 2004, do engenheiro Eduardo Lima Vasconcelos, então filiado ao Partido Liberal [hoje Partido da República], para seu primeiro mandato à frente da Prefeitura.
Um dos nomes com chances de disputar e vencer a sucessão municipal de 2020 é o do ex-vereador e ex-presidente do Legislativo Municipal, que foi derrotado na disputa pela Prefeitura em 2016, médico Alessandro Lôbo e Silva, do PRB. O republicano, que tem na sua linha de frente um dos mais competentes e articulados políticos da nova geração, o advogado e também ex-vereador Welinton Lopes do Nascimento (DEM), vem trabalhando nos bastidores e lançou recentemente um movimento – “Vamos fazer diferente” – que pretende trabalhar no sentido de unir as oposições e construir uma frente ampla para derrotar o atual prefeito, tendo, evidentemente, como foco a viabilização da sua candidatura. “Respeitamos e até incentivamos outras pré-candidaturas no campo das oposições, porém é necessário que tenhamos a responsabilidade de já em janeiro do próximo ano estarmos juntos num só projeto, trabalhando com o nome que reunir as melhores condições de vitória”.
Outro nome, que pode ser apontado como uma novidade, considerando que desde que disputou a sucessão municipal em 2004, então filiado ao PMDB [hoje MDB], vinha reiterando a disposição de não mais disputar um cargo eletivo, embora tenha tido importantes participações no cenário político, tendo seu apoio sido considerado determinante para a vitória do socialista Eduardo Vasconcelos em 2016, é o do médico e ex-prefeito [1993/1996] Geraldo Leite Azevedo (Sem Partido). A possível candidatura de Azevedo à sucessão municipal tem sido viabilizada por outro jovem experiente e bem articulado na seara política, principalmente junto às lideranças rurais e da periferia da cidade, o também ex-vereador e atualmente coordenador da Diretoria Operacional da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), órgão da estrutura da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural da Bahia, Agno Meira Santos (PCdoB).
Outros nomes também não podem ser desprezados e poderão ser importantes inclusive para a composição de coligações e chapas. São eles os do auditor fiscal e ex-secretário municipal de Administração e Finanças Luís Carlos – Carlinhos – Moura Matos (PTC), do servidor público e educador Genivaldo de Jesus Azevedo (PTdoB) e do servidor público e empresário Emanoel – Manelão – Araújo Lima, que acaba de trocar o Patriota pelo Podemos. Os três disputaram as duas últimas eleições, candidatos à prefeito e a deputado federal, não conseguindo votos suficientes para eleger-se. Some-se a esses três, outros nomes que já estariam se movimentando nos bastidores, alguns sem visibilidade eleitoral que possa merecer atenção, outros, no entanto, que podem até não se viabilizar, mas que terão importante papel como apoiadores. Entre esses, destacam-se o sempre lembrado ex-prefeito Edmundo Pereira Santos (PT); o também ex-prefeito Aguiberto Lima Dias (PDT); os vereadores Leonardo Quinteiro Vasconcelos (PDT) e José Ribeiro Neves (PT); o advogado Tiago de Souza Amorim (PSD); o médico oftalmologista Aurino Rocha Silva Filho (Sem Partido); os empresários Márcio Moreira da Silva (Patriota), Landoaldo Lima Pereira (Sem Partido) e Davi Ferreira Souza (Sem Partido), além do folclórico Manoel Rodrigues Filho, o Carcará do Sertão, do MDB, que foi o candidato mais votado no município para a Assembleia Legislativa do Estado em 2018, ficando na suplência do partido.
O JS teve acesso a pesquisas que foram realizadas recentemente em Brumado, cujos resultados não foram autorizados pelos contratantes a serem divulgados, que apontam que em 2020, diferentemente do que ocorreu em 2016, a disputa deverá ser mais acirrada e, a princípio, não serão marcadas por uma tendência de renovação, ainda que seja incontestável que a política brumadense vive um ciclo de esgotamento da polarização que sobrevive desde a década de 80.
Uma análise do atual cenário político brumadense indica claramente a disposição da população em apostar em um novo projeto, embora, paradoxalmente, ainda seja muito forte o clima favorável à continuidade. Com as cartas (nomes) na mesa e, considerando que em política “nada acontece por acaso”, conforme reiteradas vezes repetiu Franklin Delano Roosevelt, presidente dos Estados Unidos da América por quatro mandatos, que enfrentou a Grande Depressão [1929/1939] e a Segunda Guerra Mundial [1939/1945], vale lembrar um outro aforismo dele: “Um radical é um homem com os pés firmemente plantados no ar”, até para não se surpreender, considerando os dados das pesquisas recentemente realizadas no município, com as candidaturas e alianças que serão formadas para disputa da Prefeitura de Brumado em 2020, cuja campanha promete ser uma das mais intensas da história recente do município, principalmente porque colocará em lados opostos os principais caciques políticos brumadenses. Como diz um analista político regional, “são muitos os pretendentes. Prova que a ‘noiva’ é cobiçada”.