Um provérbio diz assim: “A morte é certa, mas sua hora é incerta.” Não sabemos quando vamos morrer, mas sabemos que um dia morreremos. Essa característica que tem a vida, de finitude, é muito importante para nós vivermos bem o tempo. Sabendo que resta pouco tempo, tentamos viver bem melhor esse tempo, por isso, podemos acolher cada dia como um presente valioso para nossa vida. Nós gozamos intensamente do tempo. Por exemplo, com uma pessoa querida, importante para nós, sabendo que a vida é mortal, usufruímos melhor do tempo com ela, porque o tempo é limitado, exatamente diante da mortalidade da vida. O olhar sobre a morte, portanto, pode ser muito enriquecedor para a vida. De um lado nós podemos perceber que existem tantas nulidades que nós buscamos e coisas não essenciais para as nossas vidas, e de outro percebemos que podemos usufruir de tanta abundância que está em nossas mãos, e essa abundância faz com que a vida tenha sentido.
Muitas pessoas, diante do diagnóstico inesperado de um câncer, se questionam sobre a vida, como viveram até o momento, tudo que não fizeram, não conquistaram e o quanto ainda gostariam de fazer. Ou seja, somente o fato de que a pessoa é efêmera, mortal, frágil, aquilo que ameaça a vida, é que abre diante de nós, dos nossos olhos, a vida. Assim, faz com que a gente aproveite cada momento. Por isso, olhar para um fim próximo torna também a vida mais realista; o que há de mais oportuno do que indagar sobre como posso utilizar o melhor possível, o breve tempo que me resta na vida? Como posso viver bem os meus dias? Assim, a questão da mortalidade não traz pânico e preocupação, mas produz uma vida mais rica de sentido, para as pequenas coisas que podemos observar diariamente e vivê-las com intensidade. Paz e Luz pra você.