O Estudo Destaca Transformações nas Regiões Atendidas
Por Comunicação/In Press
Um estudo pioneiro conduzido pela Afya, um dos maiores hubs de educação médica digital no Brasil, em parceria com o Instituto REDS (Research Designed for Strategy), trouxe à luz os impactos substanciais provocados pela primeira geração de médicos formados através do Programa Mais Médicos. A pesquisa se concentrou nas impressões de cerca de 160 alunos do internato – os dois anos finais do curso de Medicina – de quatro cidades localizadas nas regiões Sul e Nordeste do país.
Esses resultados foram obtidos por meio de uma pesquisa realizada em quatro Instituições de Ensino Superior associadas à Afya, que são parte da primeira edição do Programa Mais Médicos: o Centro Universitário UNIDEP, localizado em Pato Branco, Paraná; a FITS, faculdade situada em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco; a FASA Itabuna e a FIPGuanambi, ambas na Bahia. A expectativa é que essas quatro instituições, combinadas, formem um total de 292 alunos entre julho deste ano e o primeiro semestre de 2024.
Os principais aspectos revelados por essa pesquisa destacam os efeitos socioeconômicos positivos nas regiões onde os estudantes realizam o internato:
- 80% dos participantes perceberam uma expansão na disponibilidade de ambulatórios nas cidades;
- 68% observaram melhorias na infraestrutura básica da rede de saúde local, incluindo hospitais, postos de saúde, UBS e UPAs;
- 56% notaram um aumento no número de médicos nos postos de atendimento.
Além dos impactos na área da saúde, os alunos também constataram progressos em outras áreas:
- 59% notaram o desenvolvimento do comércio e um aumento no fluxo de pessoas;
- 50% apontaram um crescimento no setor imobiliário;
- 45% mencionaram uma melhoria na oferta de educação superior.
De forma notável, a pesquisa evidenciou que 64% dos estudantes têm a intenção de permanecer na região onde concluíram a graduação em Medicina, seja de maneira permanente ou temporária. Entre os motivos principais para essa escolha estão:
- 67% em busca de oportunidades de trabalho;
- 61% pela proximidade da família;
- 59% pela qualidade de vida que a cidade proporciona.
Por outro lado, entre os que planejam deixar a região, 53% mencionaram a intenção de buscar especializações que não estão disponíveis na área. 41% disseram que ter a possibilidade de realizar residência médica ou uma especialização de seu interesse os motivaria a permanecer na região.
Uma parcela significativa, 76%, dos entrevistados demonstrou interesse em atuar no setor público de saúde. Dentre eles, 52% mudaram para a cidade devido à faculdade, 21% apenas estudam na cidade, mas residem em municípios próximos, e 26% são naturais da cidade onde realizam os estudos. A pesquisa também revelou que 66% pretendem iniciar uma carreira médica, mesmo que isso seja conciliado com a busca por especializações. Além disso, 99% planejam prosseguir com especializações após a graduação, com cirurgia geral, obstetrícia e clínica médica sendo as áreas mais procuradas.
“Essa pesquisa apresenta um panorama socioeconômico do Programa Mais Médicos e realça sua relevância como política pública para o Brasil. A oferta de cursos em áreas carentes, distantes dos centros urbanos, demonstra ser um fator determinante. O estudo mostra impactos de curto, médio e longo prazo, desde melhorias nas atividades produtivas das regiões até a fixação de médicos nessas áreas. A interiorização dos cursos de medicina é crucial para levar assistência médica e saúde acessível às populações mais necessitadas”, afirma Virgilio Gibbon, CEO da Afya.
Metodologia da Pesquisa: A pesquisa da Afya em parceria com o Instituto REDS envolveu tanto etapas quantitativas quanto qualitativas. A fase quantitativa foi realizada entre os dias 23 e 30 de junho, envolvendo 163 alunos das quatro instituições participantes, através de entrevistas online de auto-preenchimento e por telefone. A lista de alunos de cada instituição foi fornecida pela Afya, e as entrevistas foram enviadas por WhatsApp aos alunos, com contatos telefônicos também sendo realizados.
Programa Mais Médicos: Lançado em 2012, o Programa Mais Médicos já contou com dois editais, em 2013 e 2018. Sua missão como política pública é estabelecer diretrizes claras para a criação de cursos de Medicina no país, com três grandes objetivos:
- Reduzir a carência de médicos em regiões prioritárias para o SUS, diminuindo as disparidades regionais na área de saúde;
- Fortalecer a prestação de serviços de atenção básica à saúde em todo o país;
- Ampliar a participação do médico em formação nas unidades de atendimento do SUS, fortalecendo a integração entre ensino e serviço.
Entre as diversas exigências que as instituições de ensino devem cumprir ao aderir ao Programa Mais Médicos, estão a criação de programas de residência em Medicina da família e de, pelo menos, dois outros programas nas áreas médicas prioritárias. Além disso, a instituição deve apresentar um plano de contrapartida, prevendo investimentos na rede SUS, e também um plano de bolsas que represente um percentual das vagas do curso de medicina.
Impactos Positivos: A série “Medicina para TransFORMAR – uma Medicina, muitas histórias” relata a jornada de pacientes, alunos, bolsistas, familiares, professores e médicos participantes do Programa Mais Médicos, acompanhando o impacto do programa nos municípios. Os relatos completos estão disponíveis no link: [https://www.youtube.com/playlist?list=PL-dagWeVqGvS_6lI5