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Pesquisadores da Uesb criam composto natural para tratamento dos dentes

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Por Mariana Lacerda – Ascom Uesb

Ao chegar no dentista e ouvir sobre a necessidade de fazer um canal, muitas pessoas se assustam pela complexidade do procedimento, mas talvez não saibam o que ele significa. O tratamento endodôntico, popularmente conhecido como canal, é prescrito para recuperar o dente, removendo a sua parte interna, chamada de polpa. Para esse processo, são utilizadas substâncias que limpam a estrutura doente e que, em alguns casos, podem ser lesivas ou causar alergias.

Mas, agora, esses riscos serão reduzidos. Graças a uma pesquisa desenvolvida na Uesb, um composto natural simples, extraído do mamão papaia, se tornará aliado de dentistas e pacientes no tratamento de canais. Com a inovação, a Universidade chegou à segunda patente concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), em abril deste ano.

“A composição desenvolvida possui a propriedade de agir no processo de dissolução da polpa, possuindo as vantagens de ser biocompatível, bactericida, dissolver matéria orgânica, possuir excelente poder de umectação e penetração”, explica o professor do Departamento de Saúde 1, Matheus Pithon, coordenador do grupo de pesquisa Orthodontics Uesb, responsável pelo estudo.

Os pesquisadores chegaram à descoberta, que também pode ser utilizada pela odontologia veterinária, ao estudar as propriedades da papaína, enzima extraída do mamão papaia. O objetivo inicial era utilizá-la na área de Ortodontia, especialidade voltada para a correção dos dentes com o uso de aparelhos, mas resultou em uma nova modalidade de tratamento para outro problema odontológico. “Criar produtos novos para novos mercados se tornou o principal desafio das Universidades que querem continuar crescendo mesmo diante de tantos desafios e rupturas”, reflete o professor.

Professor Matheus Pithon coordena o grupo de pesquisa Orthodontics Uesb desde 2011 (Foto: Ascom/Uesb)

Mais uma patente para a Uesb – A carta patente, documento concedido pelo Inpi, confere à Uesb a exclusividade do uso, comercialização, produção e importação do composto. O projeto foi depositado em 2013 pelo professor Matheus e três alunos do grupo de pesquisa: Caio Ferraz, Gabriel Oliveira e Matheus Costa, hoje egressos da Universidade.

Para o professor, inovações como essa agregam valor aos produtos primários. Assim, são encontradas soluções e novas alternativas são desenvolvidas pela Universidade. Pensando nisso, a Uesb conta com um Sistema de Gestão Tecnológica e Inovação, o Gestec-NIT. Em parceria com a Coordenação de Inovação, o Gestec-NIT oferece suporte aos pesquisadores da Universidade, esclarecendo sobre todo o processo de pedido de proteção de suas invenções.

“Assim como toda instituição pública, a Uesb entende que precisa apresentar os resultados do investimento recebido em pesquisa”, defende o coordenador do Sistema, professor Luciano Brito. Ele lembra que a patente precisa ser entendida além dos números, pois reflete a formação de equipes de pesquisadores compostas de professores e alunos. Além disso, a patente “amplia os horizontes, mostrando outras possibilidades para divulgar nossa produção qualificada, podendo, inclusive, ir além da sua divulgação, e gerar retorno financeiro aos autores e seus titulares”, destaca.

Com a nova carta, a Uesb possui, agora, patentes na área de Produção Animal e Odontologia. De acordo com o professor, estão depositados no Inpi pedidos em outros campos de conhecimento, como Farmácia, Engenharia e Biologia.

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