Em novo desdobramento da Operação Lava Jato, a Polícia Federal cumpre na manhã desta sexta-feira (1°) mandado de prisão contra o empresário Lucio Bolonha Funaro, amigo do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Funaro é suspeito de intermediar propinas de grandes empresas em parceria com o peemedebista.
A nova etapa da Lava Jato também faz buscas na sede do Grupo JBS, controlador da Friboi, em Goiânia (GO).
A ação tem origem nas delações premiadas do ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto, e do ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas Nelson Mello.
Uma delação premiada, firmada com a Procuradoria-Geral da República, aponta o suposto repasse de propinas milionárias para senadores do PMDB, entre eles o presidente do Congresso, Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM).
Nelson Mello afirmou em seu depoimento aos procuradores que pagou R$ 30 milhões a dois lobistas com trânsito no Congresso Nacional para efetuar os repasses. Lúcio Bolonha Funaro e Milton Lyra seriam os responsáveis por distribuir o dinheiro para os senadores
A relação entre Funaro e o deputado Eduardo Cunha tornou-se pública em 2005, quando o doleiro teve de explicar à CPI dos Correios as razões que o levaram a pagar o aluguel de R$ 2.200 e condomínio de mais de R$ 600 para o deputado em um flat de Brasília.
Já a JBS Friboi é suspeita de ter pago propina para obter recursos do Fundo de Investimentos do FGTS, liberados por influência de Cleto.
Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, Fábio Cleto afirmou em delação premiada que havia um esquema de pagamentos de propina para liberação de recursos do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) – fundo governamental ligado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social (Bndes).
(*) COM INFORMAÇÕES DA FOLHA DE S. PAULO E O GLOBO