Como se pode acreditar em política séria no Brasil, se, por exemplo, o candidato à prefeitura municipal de Curitiba deputado federal Ratinho Júnior (PSC-PR), que surfa na onda do pai em popularidade, não demonstra seriedade em cumprir integralmente o mandato que recebeu do povo? Mas essa falta de respeito eleitoral é comum no país. Em Porto Alegre, temos a deputada federal Manuela D’Ávila (PC do B), tentando pela segunda vez o trampolim político municipal. Uma imoralidade que deveria ser rejeitada pelo eleitor.
Esse é o traço de falta de caráter observado na maioria de nossos políticos, infelizmente. Eles só querem as glórias do poder. São oportunistas em busca de suas realizações pessoais. O povo que os elegem, verdadeiros mentecaptos, são os culpados, através do deformado voto obrigatório, de darem espaços a esses senhores, maquiavélicos, traidores da confiança eleitoral.
Eles, os puladores de galhos, quando estão no Parlamento, não fazem nada pela população e pela nação. Só pensam em suas reeleições ou nas disputas das administrações públicas. São gazeteiros, recebem demais e pouco produzem, não têm escrúpulo com o dinheiro público e não se importam com maus exemplos dados aos mais jovens. Em vez de servirem de paradigma em suas gestões políticas, continuam a cometer os mesmos erros de políticos da velha-guarda fisiologista e de interesses escusos, que até hoje envergonham a nação.
Esses são os políticos solertes, sagazes, manhosos e velhacos, que fazem da política cabide de emprego ou meio de tirar vantagem, esquecendo-se dos valores éticos e morais e conspurcando a imagem de nossa política. E por isso, não é descabido dizer que política no Brasil é a arte de tirar vantagem da coisa pública, de enganar incautos eleitores, de trabalhar apenas em interesse próprio ou de grupos de sua freguesia promíscua. Como muito bem sintetizou Lênin: “Onde termina a política começa a trapaça”. E de trapaceiros a política brasileira está cheia.