DA REDAÇÃO
O Bairro Brindes, no entorno do centro comercial de Guanambi, tinha tudo para ser uma das áreas mais valorizadas e que oferecesse qualidade de vida aos seus moradores, não apenas por ter sido resultado de loteamento de uma área pertencente a tradicional família Moraes. O loteamento que rapidamente foi habitado – além de residências classe média, no Bairro existem diversos estabelecimentos comerciais [supermercado, atacadista, varejista, entre outros], Igrejas [Assembleia de Deus e Pentecostal], Colégio [Pequeno Príncipe, da rede privada de Ensino] e um condomínio residencial fechado [Condomínio Brindes]. Apesar de ser uma área valorizada, o Bairro Brindes não tem oferecido aos moradores a tranquilidade e a infraestrutura que esperavam ao investir na localidade.
Ao JS, moradores e comerciantes do Bairro reclamaram da falta de infraestrutura, do abandono e descaso por parte do poder público municipal. Segundo destacaram, na época de estiagem convivem com a poeira e os buracos nas vias e, no período de chuvas é a lama que causa transtornos. Durante todo o ano os moradores convivem com mato nos terrenos baldios e no entorno do Riacho Belém. “Sem rede de esgotamento sanitário, iluminação pública e vias públicas sem infraestrutura (calçamento ou asfalto), convivemos com um ambiente favorável para a proliferação de animais peçonhentos, principalmente escorpiões e aranhas, além de diversos pontos com água parada que oferecem condições ideais para criadouros do mosquito Aedes Aegypti, vetor de doenças como a Dengue, Febre Amarela, Chikungunya e Zika Vírus”, relatou um morador, cuja identidade solicitou fosse preservada, acrescentando que há no Bairro o sentimento de que a Prefeitura Municipal discrimina a localidade em razão da mesma pertencer a uma área de propriedade da família do ex-prefeito Nilo Augusto de Moraes Coelho. “A sensação é que, na atual gestão, nenhuma intervenção será feita no Brindes. A cada anúncio de obras feito pela Prefeitura ficamos convencidos que as benfeitorias que reclamos ficam mais distantes”, ressaltou.
Outro morador, que possui um comércio no Bairro, fez questão de lembrar que a situação de abandono do Brindes é do conhecimento da Prefeitura Municipal. “Eles [a Prefeitura] tem conhecimento das ruas esburacadas, do matagal que toma conta de terrenos baldios, da falta de iluminação pública, que inclusive tem sido determinante para o aumento das ocorrências de roubos e assaltos, do lixo acumulado nas encostas do canal (Riacho Belém) e da proliferação de animais peçonhentos e de insetos, principalmente muriçocas e do mosquito Aedes Aegypti. Já fizemos e encaminhamos à Câmara Municipal um abaixo assinado com as reivindicações da comunidade, mas nenhuma medida foi adotada. Apenas promessas que nunca são cumpridas”, enfatizou.
Uma dona de casa, que a exemplo dos outros moradores concordou em falar desde que tivesse a identidade preservada, disse que a maior indignação que a população do Brindes tem a obrigação de pagamento do Iptu [Imposto Predial e Territorial Urbano] sem a contrapartida dos serviços públicos.
Socorro. Essa foi a palavra utilizada por um aposentado, que apostou suas economias ao investir em um terreno e construir sua casa no Brindes. “Aqui a situação é desesperadora. Ruas praticamente intransitáveis, sem iluminação, com acumulo de lixo e mato por todo lado. Um verdadeiro caos. E sem perspectiva de melhoras, já que cada dia que passa a gente se convence que a Prefeitura, burramente imaginando que vai atingir Nilo Coelho (ex-prefeito e proprietário de terras na áreas), vai continuar prejudicando a população”, desabafou, acrescentando que o Brindes só recebe visita de políticos durante os períodos de campanha eleitoral. “Não temos nem mesmo um vereador preocupado com esta parte da cidade”, lamentou.
Outro lado
A reportagem do JS tentou, insistentemente, fazer contato com o prefeito Jairo Silveira Magalhães ou com a Assessoria de Comunicação Social da Prefeitura Municipal (Ascom).
O prefeito Jairo Magalhães não foi localizado na Prefeitura, não atendeu e não retornou as ligações feitas para seu telefone móvel celular [77 99961-**4375].
Também a Ascom não atendeu e nem retornou as ligações feitas para os telefones 77 3452-4306 e 77 99847-**1239.