A disparada dos preços dos fertilizantes registrada no ano anterior não se manteve
por Luigi Mauri|Agência Brasil 61
O Brasil é um importante produtor mundial de alimentos, porém também é um dos principais importadores de fertilizantes. Desde o início de 2022, os produtores rurais têm enfrentado preocupações com o aumento dos preços de fertilizantes essenciais, como potássio, sulfato e ureia, utilizados nas lavouras.
A invasão russa à Ucrânia em 2022 resultou em um aumento significativo nos preços dos fertilizantes. A região é uma fornecedora importante desses produtos e esperava-se que os preços permanecessem elevados em 2023. No entanto, a disparada de preços diminuiu neste ano.
Entre maio e junho de 2023, o preço da ureia registrou uma queda de 1% no estado de São Paulo, sendo negociada a R$2.710/tonelada. No Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, as quedas foram ainda mais expressivas, de 8,80% e 9,52% respectivamente. Já no Distrito Federal, o preço da ureia é mais alto, sendo comercializada a R$3.800/tonelada. No entanto, o estado de Goiás registrou um aumento expressivo de 32% no preço da ureia, passando de R$2.800/tonelada em maio para R$3.700/tonelada em junho.
Em relação ao sulfato de amônio, houve quedas de preços em Mato Grosso, com uma redução de 2,21% no fertilizante, comercializado a R$1.833/tonelada no estado. Outros estados registraram estabilidade nos preços do sulfato de amônio, como Mato Grosso do Sul, que comercializa o fertilizante a um preço mais elevado, de R$3.200/tonelada. Esses dados foram fornecidos pela Conab.
Recentemente, em uma sessão realizada no Senado, os parlamentares discutiram as dificuldades enfrentadas pelo setor de fertilizantes e a necessidade de aumentar a produção no país. Segundo os senadores, o Brasil possui potencial para se tornar um dos maiores produtores mundiais de fertilizantes, mas atualmente produz apenas 20% do que necessita.
O senador Laércio Oliveira (PP-SE), que presidiu a reunião, solicitou apoio para seu projeto de lei (PL 699/2023), que cria o Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes, com o objetivo de estimular a produção nacional. O senador Angelo Coronel (PSD-BA) ressaltou a importância de tomar medidas urgentes nesse setor, para evitar problemas futuros. Ele enfatizou que o Brasil é o terceiro maior importador e exportador de alimentos e o quarto maior consumidor de fertilizantes, dependendo em grande parte dos fertilizantes importados, especialmente da Rússia. O senador destacou a necessidade de buscar novos mercados, como Marrocos, Jordânia e até mesmo a Síria, para reduzir a dependência desses fertilizantes importados e evitar crises de mercado.