Modal pode tornar indústria siderúrgica nacional mais competitiva
por Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou, em um evento realizado nesta segunda-feira (3), a importância de aumentar os investimentos no modal ferroviário e tornar a indústria siderúrgica nacional mais competitiva. Segundo ele, para atingir esse objetivo, o governo deve oferecer estabilidade política, econômica e social aos empresários.
Durante a cerimônia de início das obras no trecho 1F da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), em Ilhéus, litoral da Bahia, Lula destacou a necessidade de o país cumprir com os compromissos de estabilidade, credibilidade e previsibilidade. Ele enfatizou que é preciso colocar em prática o que está no papel, garantindo que ninguém seja surpreendido.
O presidente dirigiu-se aos empresários envolvidos na construção da ferrovia, afirmando que esse empreendimento não é apenas do interesse de um ou outro empresário, mas sim do interesse da soberania nacional. Ele ressaltou que o Brasil precisa desenvolver uma malha ferroviária para tornar o país competitivo em comparação com outras nações.
Lula também ressaltou que o desenvolvimento do país e a melhoria da qualidade de vida da sociedade dependem da formação e qualificação profissional da população. Ele lamentou o fato de o Brasil não estar formando mais engenheiros ferroviários e de ter deixado de investir na indústria desse setor.
O presidente enfatizou a importância de o Brasil produzir trilhos e dormentes no próprio país, em vez de importá-los. Ele citou o exemplo da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que há algumas décadas produzia trilhos, mas atualmente não mais. Lula considerou uma vergonha o Brasil, com sua abundância de minério de ferro e siderúrgicas, precisar importar trilhos, quando poderia produzi-los internamente, gerando empregos e oportunidades de crescimento para a população.
A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) é composta por três trechos, sendo o trecho 1 (Fiol 1) o primeiro a ser construído. Com uma extensão de 537 quilômetros, liga as cidades de Ilhéus e Caetité, passando por 19 municípios. A previsão é que o trecho entre em operação a partir de 2027. No entanto, o presidente Lula solicitou que sejam feitas “horas extras” para que a obra seja concluída antes do término de seu mandato, em 2026.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou que o projeto da Fiol será incluído no novo programa de infraestrutura do governo, que será lançado ainda neste mês.
A Fiol será fundamental para consolidar um corredor de escoamento para o mercado externo de minério de ferro da região sul do estado e de grãos da região oeste. Quando estiver totalmente operacional, estima-se que o uso do modal ferroviário reduza em 86% a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera.
As obras do trecho 1F da Fiol estão a cargo da Bahia Mineração (Bamin), que venceu a concessão do trecho em um leilão realizado em abril de 2021. Com 127 quilômetros de extensão, o trecho 1F passa por várias cidades e receberá investimentos de R$ 1,5 bilhão da Bahia Ferrovias (Bafer) e será executado pelo Consórcio TCR-10, formado pelas empresas brasileira Tiisa e chinesa CREC-10.
Ao todo, a Fiol terá uma extensão de 1.527 quilômetros, conectando o futuro porto de Ilhéus ao município de Figueirópolis, no Tocantins, onde se encontrará com a ferrovia Norte-Sul.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres está trabalhando na concessão dos outros dois trechos da Fiol: o trecho 2 (Fiol 2), entre Caetité e Barreiras, na Bahia, que está com obras em andamento, e o trecho 3 (Fiol 3), de Barreiras a Figueirópolis, que aguarda licença de instalação.