Campos Neto Aborda Desafios Econômicos e Políticas para Equilibrar as Contas Públicas
Por Comunicação/ ABRASEL
Em uma participação marcante no 35º Congresso Nacional Abrasel, na manhã desta quarta-feira (16), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, trouxe à tona preocupações sobre os gastos reais projetados para o Brasil nos próximos anos, mesmo após a aprovação do Arcabouço Fiscal pelo Congresso. Durante o evento, ele enfatizou que as estimativas de despesas do país, tanto para este ano quanto para o próximo, estão consideravelmente acima dos padrões observados em nações emergentes, América Latina e no restante do mundo.
Campos Neto ressaltou a possibilidade de um desequilíbrio fiscal diante do crescimento das despesas acima da inflação, projetado em 9,2% para este ano e 3% para 2024. Ele destacou que confiar unicamente no aumento da arrecadação para equilibrar as contas é insustentável, pois a capacidade de arrecadação pode não acompanhar o ritmo das despesas.
O presidente do Banco Central mencionou o compromisso da instituição com um “pouso suave” em relação à taxa de juros. Ele enfatizou a meta de reduzir a inflação com o mínimo impacto para a sociedade e o emprego, embora tenha admitido um certo aperto no crédito para conter as pressões inflacionárias.
Campos Neto também abordou a percepção sobre a obtenção de crédito pela população. Ele destacou que, apesar de alguns desafios, a desaceleração do crédito no Brasil tem sido relativamente menos acentuada em comparação com outros países.
Outro ponto abordado foi o aumento nos preços dos combustíveis promovido pela Petrobras. O presidente do Banco Central considerou a decisão acertada, embora reconheça o impacto inflacionário. Ele afirmou que esse aumento resultará em um acréscimo de cerca de 0,4 ponto percentual na inflação nos meses de agosto e setembro.
Campos Neto esclareceu que, apesar do aumento do preço do diesel ter um impacto menos expressivo na cadeia, o reajuste nos preços da gasolina terá um efeito mais significativo. Ele observou a defasagem nos preços da gasolina em relação aos preços internacionais (31,15%), assim como a do diesel (27,68%).