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Produção de Produtos de Limpeza Surpreende no Primeiro Semestre e Deve Superar Projeções para 2023

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Setor de Saneantes Apresenta Crescimento de 9,7% na Produção no Primeiro Semestre, Impulsionado por Itens Multiuso, Desinfetantes e Alvejantes. ABIPLA Aumenta Expectativa de Crescimento para 2023 e Brasil Ascende na Cena Global de Saneantes

Por Comunicação/ Mce Press

A produção de produtos de limpeza no Brasil registrou um notável crescimento de 9,7% durante o primeiro semestre de 2023, de acordo com dados divulgados pela ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional. Esse crescimento contrasta com as cifras da produção industrial brasileira no mesmo período (-0,3%) e da indústria química (-8,1%), à qual o setor de saneantes pertence. Esse avanço segue uma queda de 5,7% registrada no setor em 2022.

Para Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA, a recuperação desse ano era esperada, porém, não em tais proporções. Ele comenta que, embora a queda em 2022 tenha sido significativa, foi algo inimaginável, considerando a manutenção dos volumes de 2019 durante os anos de pandemia. Engler ressalta que, mesmo em meio a esse declínio, o produto de limpeza é um item essencial e fundamental para a saúde pública, e o declínio do ano passado foi relacionado ao poder de compra em queda da população e ao aumento do desemprego nos anos recentes. Ele observa que, desde o início de 2023, já há sinais de recuperação.

Durante a pandemia, a indústria de produtos de limpeza, considerada essencial, enfrentou uma significativa pressão de custos ao longo dos últimos três anos, devido a fatores como a desvalorização do Real frente ao dólar e os aumentos nos preços de embalagens, matérias-primas importadas, energia e combustíveis. Segundo Engler, nos primeiros dois anos da Covid-19, os fabricantes absorveram parte desse aumento de custos. No entanto, em 2022, uma parte precisou ser repassada para o consumidor. A produção recuou no ano passado devido ao declínio do poder de compra e aumento da inflação, mas a demanda não sofreu uma queda significativa.

Entre os segmentos que obtiveram bons resultados no primeiro semestre, destacam-se os desinfetantes, finalizadores, alvejantes e limpadores multiuso. Essa tendência reforça a busca dos consumidores por produtos tecnologicamente avançados, com múltiplas funções de limpeza, desinfecção e perfumação, um reflexo da crescente preocupação com a higiene, um legado da pandemia que já está enraizado na cultura brasileira como um aspecto fundamental da saúde pública.

Perspectivas para o Setor

O ICEI – Índice de Confiança do Empresário Industrial, da CNI – Confederação Nacional da Indústria, revela que os fabricantes de produtos de limpeza são a segunda categoria mais confiante da indústria em julho, com um índice de 56,9. Engler ressalta que, se a recuperação econômica se mantiver – o Brasil cresceu 4% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior –, e se o governo progredir em tópicos como a reforma tributária, o setor pode ultrapassar a previsão de crescimento de 2% até o final de 2023. “No início do ano, nossa previsão era crescer 2% ao longo de 2023. A recuperação no primeiro semestre demonstra que nosso mercado é capaz de superar essa projeção, especialmente se a população conseguir recuperar a renda perdida nos últimos anos e se houver modernização no ambiente de negócios por meio da aprovação das reformas necessárias”, conclui o diretor-executivo da ABIPLA.

De acordo com dados da Euromonitor Internacional, o Brasil já ocupa a quarta posição no mercado global de saneantes e é esperado que continue crescendo de forma constante até 2027.

Foto de Capa: Arte/ ABIPLA

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