Iniciativa é do Instituto de Química da instituição, que, agora, testa se esse carvão tem poder de queima, se pode mover motores em fábricas e até mesmo se pode ser usado como mistura para asfalto e blocos de construção.
Por G1 BA
Um projeto do Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia (Ufba) está transformado o óleo encontrado em praias do Nordeste do país em um tipo de carvão granulado e estão testando se esse carvão tem poder de queima, se pode mover motores em fábricas e até mesmo se pode ser usado como mistura para asfalto e blocos de construção.
A pesquisa ainda está em fase inicial. Os pesquisadores processaram, na fase experimental 40 quilos do óleo bruto e transformaram no carvão granulado. O processo dura aproximadamente 1h para ser finalizado.
Primeiro, o óleo achado nas praias é lavado com álcool etanol e acetona. Depois, os pesquisadores adicionam produtos que são bioaceleradores e biofinalizadores, todos de origem natural e que não são agressivos nem para o meio ambiente e nem para os seres humanos. Para realizar a mistura, o grupo usa uma betoneira.
Os produtos, dizem os pesquisadores, deixam o óleo menos tóxico.
Trabalho voluntário
Na Bahia, são 11 cidades atingidas pelas manchas de óleo. No sábado, foi a vez de Itacaré, destino bastante conhecido e frequentado no sul do estado, registrar resíduos em praias da região.
Muitos voluntários têm se mobilizado para fazer verdadeiros mutirões em praias para ajudar a retirar as manchas de óleo das praias. Uma ONG nacional com sede no Rio de Janeiro encaminhou para a Bahia mil voluntários para ajudar na tarefa.
Somente no domingo (20), foram recolhidas das praias de Salvador cerca de sete toneladas de óleo. Se contar com todo o material retirado desde a chegada das primeiras manchas, esse número sobe para quase 100 toneladas, somente na capital baiana.
A Marinha informou, por meio de nota enviada à imprensa, que o Grupo de Acompanhamento e Avaliação montado para acompanhar essa situação não registrou, nesta segunda (21), nenhuma nova mancha de óleo nas praias do litoral baiano.
No entanto, as equipes continuam com o monitoramento nas praias com ações de limpeza dos locais atingidos anteriormente. Além disso, como medidas de prevenção, foram acionados os Planos de Área de Aratu e Baía de Todos-os-Santos e o Plano Emergencial Individual de Manati.
A Marinha solicita a todos que avistarem novas manchas que entrem em contato, por meio do número 185, a fim de auxiliar na execução de ações que evitem maiores danos.
Manchas de óleo na Bahia
As manchas começaram a chegar no estado em 3 de outubro, quase um mês após o início do problema no país. Mais de 150 praias já foram afetadas pelo óleo em todo o Nordeste.
Além de Itacaré, houve registro da substância nas cidades de Vera Cruz, Itaparica, Salvador, Jandaíra, Lauro de Freitas, Conde, Camaçari, Entre Rios, Esplanada e Mata de São João.
Por conta do problema, o Governo do Estado decretou estado de emergência. O decreto irá liberar fundos para as cidades mais prejudicadas, que, até então, têm custeado a limpeza das praias.
Todo o litoral do estado segue sob monitoramento. Representantes de órgãos ambientais, prefeituras, estado e outras entidades, que formam o Comando Unificado do Incidente, têm se reunido diariamente para fazer balanços e pensar soluções para o problema.
Na última semana, o Ministério Público Federal (MPF-BA) e o Ministério Público do estado (MP-BA) ingressaram com uma ação pública contra a União e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) por causa do óleo. Os órgãos disseram que veem “omissão” na demora em adotar medidas de proteção e que ingressaram com a ação “em decorrência das consequências e riscos ambientais provenientes do vazamento de óleo”.
Há registro em todos os nove estados da região. A Bahia foi o último a ser atingido.
Em Salvador, até o momento, cerca de 90 toneladas do material foram retiradas das praias. De acordo com a prefeitura, cerca de 400 agentes de limpeza estão trabalhando neste fim de semana, em regime de 24h, realizando trabalho de pente-fino na retirada de fragmentos que ficaram nas pedras e areias, bem como no monitoramento da chegada do óleo.
Ainda segundo a prefeitura, após ser pesado, o material está sendo encaminhado para um depósito temporário na sede da Limpurb, onde segue até que os órgãos ambientais responsáveis decidam o que será feito com a substância.
Lista de localidades atingidas
Itaparica (Ilha de Itaparica – RMS)
- Manguinhos (praia)
Vera Cruz (Ilha de Itaparica – RMS)
- Jaburu (praia)
- Barra Grande (praia)
- Barra do Pote (praia)
- Tairu (praia)
Salvador
- Piatã (praia);
- Praia do Flamengo (praia);
- Jardim dos Namorados (praia);
- Jardim de Alah (praia);
- Praia de Placaford (praia);
- Buracão (praia);
- Ondina (praia);
- Pituba (praia);
- Boca do Rio (praia);
- Stella Maris (praia);
- Farol da Barra (praia);
Lauro de Freitas (cidade limítrofe – RMS):
- Ipitanga (praia);
- Vilas do Atlântico (praia);
Camaçari (47 km – RMS)
- Arembepe (praia);
- Guarajuba (praia);
- Itacimirim (praia e manguezal);
- Jauá (praia);
Mata de São João (61 km – RMS)
- Praia do Forte (praia);
- Imbassaí (praia e manguezal);
- Santo Antônio (praia);
- Costa do Sauípe (praia);
Entre Rios (142 km):
- Subaúma (praia);
- Porto de Sauípe (praia);
- Massarandupió (praia);
Esplanada (170 km):
- Baixio (praia);
- Mamucabo (praia);
- Rio Inhambupe (rio);
- Rio Subaúma (rio);
Conde (186 km):
- Barra da Siribinha (praia);
- Barra do Itariri (praia);
- Sítio do Conde (praia);
- Poças (praia);
Jandaíra (205 km):
- Coqueiro (praia);
- Mangue Seco (praia);
- Três Coqueiros (praia);
- Costa Azul (praia);
- Rio Itapicuru (rio);
- Rio Real (rio);
Itacaré (390 km – sul da BA):
- Tiririca (praia);
- Itacarezinho (praia);