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Iniciativa estimula o uso da energia solar fotovoltaica no campo em regiões do Sudoeste da Bahia e Norte de Minas Gerais

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Por Ascom –  Fundação Solidaridad

 

A diversificação da matriz energética é uma realidade cada vez mais presente em todo o mundo, e, na área rural, uma fazenda geralmente colhe algodão, grãos, capim e leite. Com o avanço da tecnologia já é possível ir mais longe, colhendo “partículas de luz” (fótons) do sol, com painéis solares, e essas partículas de luz são convertidas em energia elétrica.

Uma das maiores limitações à implantação de sistemas de irrigação na agricultura familiar no Brasil e no mundo, em geral, é a disponibilidade da energia elétrica para acionamento das motobombas, necessárias ao funcionamento de sistemas pressurizados (aspersão e localizada). Além disso, o custo da energia elétrica é elevado, em função do custo das linhas de transmissão e do consumo, tornando-se em muitos casos o maior custo associado à irrigação. A opção de utilização de energia fóssil é ainda mais difícil pelo custo do combustível que é na faixa de 2 a 3 vezes maior que o custo da energia elétrica. Considerando que regiões de plantio do algodão caracterizam-se por clima árido e semiárido, o uso de energia solar é uma das melhores alternativas para o sucesso da implantação de unidades irrigadas de agricultura familiar.

 

Parceria com a Globaltek

Soly Barros, coordenador técnico eletricista da Globaltek – excepcionais níveis de radiação solar, excelente para gerar energia fotovoltaica.

Para estudar a aplicação prática do uso da energia fotovoltaica no campo e as possibilidades da geração de renda, a Solidaridad está organizando unidades demonstrativas no Norte de Minas Gerais, na região de Catuti, e no Sudoeste da Bahia, na região de Malhada e Igaporã, com o objetivo de desenvolver testes de campo, especificamente na produção de algodão irrigado. A Solidaridad conta com a parceria da empresa Globaltek, que faz a instalação dos painéis de sistemas de energia solar. A Globaltek é líder na instalação desses equipamentos no Nordeste e é bem conceituada pela qualidade dos produtos instalados.

 

O prefeito de Catuti aposta na iniciativa do uso da energia solar no cultivo do algodão irrigado

Já se encontra instalado no município de Catuti, na propriedade do produtor Zé Brasil, uma unidade demonstrativa, com possibilidade de ser usada para o  bombeamento do poço artesiano. A iniciativa visa usar energia solar para fornecer eletricidade para o equipamento de irrigação por gotejamento que o proprietário já possui. Este equipamento de irrigação é uma parceria entre o projeto Tecendo Valor, a Amipa – Associação Mineira dos Produtores de Algodão, e a Coopercat – Cooperativa Dos Produtores Rurais De Catuti Ltda. A iniciativa conta também com grande interesse por parte da Prefeitura Municipal de Catuti.

 

José Barbosa – Zinga – Filho, prefeito de Catuti, tem grande interesse no desenvolvimento da tecnologia de energias renováveis.

 

O uso da energia solar poderá aumentar a oferta junto às concessionárias de energia de Minas Gerais e Bahia

 

O produtor José Rodrigues de Souza, o “Zé Brasil”, e sua esposa Azeli Antunes, redução de custos e versatilidade no uso da energia solar, tanto para bombeamento como para irrigação.

O projeto estuda ainda a possibilidade do fornecimento da energia sobressalente para a rede das concessionárias de eletricidade, a Coelba – Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia, e a Cemig – Companhia Energética de Minas Gerais S.A., e assim constituir mais uma fonte de renda para o produtor familiar, complementando assim a renda da produção agrícola. O que não falta aqui no Brasil é sol, basta uma adequação mais acurada da legislação para permitir que essa tecnologia seja mais amplamente usada, já que também o custo dos painéis fotovoltaicos vem caindo ano a ano. A parceria com a Globaltek estabelece uma mutua cooperação com a instalação dessas unidades demonstrativas de irrigação, com o auxílio de energia fotovoltaica para a coleta de dados e experiências e a realização de dias de campo na unidade demonstrativa. O projeto também visa acompanhar e monitorar os estudos da demanda de energia solar para irrigação, com uso da água superficial, como é o caso da propriedade do produtor Zé Brasil, onde possui um pequeno reservatório, e ainda o uso da água subterrânea que é o poço artesiano.

O presidente da Coopercat, José Tiburcio está cheio de expectativas sobre a implantação da energia solar:  “Estamos com uma expectativa muito grande, pois sempre falamos que a maior energia do mundo é a energia solar e essa oportunidade de fazer uso dela e transformar em potência para as pessoas melhorarem o seu sistema de produção e principalmente o algodão irrigado. Essa energia será disponibilizada de forma mais econômica, tornando ainda mais viável a renda da propriedade. Isso será um marco para os pequenos produtores da nossa região, ao experimentarem de perto o uso do sol, que sempre esteve à disposição para todos”.

Ao final do projeto será produzido uma publicação contendo os resultados dos testes de campo, um levantamento com a disponibilidade de equipamentos, custos e retornos, funcionamento e viabilidade do uso da energia solar no bombeamento de águas de unidades irrigadas de agricultura familiar, recomendações para o uso da energia solar, motivos para a baixa adesão aos sistemas, disponibilidade de linhas de crédito, manutenção e durabilidade dos equipamentos, análise de soluções de futuro e revisão bibliográfica sobre o assunto. As unidades demonstrativas serão usadas também para engajar mais produtores.

 

 

 

 

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745