José de Anchieta
Por Antônio Novais Torres
O marco inaugural da maior metrópole da América do Sul é uma pequena missão religiosa iniciada por um grupo de 13 padres jesuítas no dia 25 de janeiro de 1554. Eles rezaram uma missa no coração da então aldeia de Piratininga, depois de subir a difícil trilha que saía da vila de São Vicente, então sede da capitania, no litoral paulista.
Entre os nomes mais proeminentes daqueles religiosos estavam o dos sacerdotes Manoel da Nóbrega (1517-1570), que era o superior do grupo, Afonso Brás (1524-1610) e Manoel de Paiva (1508-1584), que foi o celebrante da missa.
Mas quem mais se destacaria dali por diante, tendo seu nome cravado e conhecido entre os fundadores de São Paulo, foi o jovem noviço José de Anchieta (1534-1597), que nem sequer tinha completado 20 anos.
Anchieta tinha a função de escrever a respeito daqueles acontecimentos para reportar à cúpula da ordem, por meio de cartas enviadas à Europa.
A data de fundação do município só é conhecida por conta de uma carta redigida por Anchieta a seus superiores da ordem em Portugal. “A 25 de janeiro do ano do Senhor de 1554 celebramos, em estreitíssima casinha, a primeira missa, no dia da conversão do apóstolo São Paulo, e, por isso, a ele dedicamos nossa casa”, escreveu.
“Os seus dados biográficos são bem conhecidos e documentados, origem, formação educacional, ação apostólica e trabalho intelectual. A sua vinculação aos jesuítas e o desempenho de missões no além-mar valeram-lhe a notoriedade. Esta é derivada de sua entrega e dedicação em tarefas de atração e de conversão dos indígenas, ao longo da zona costeira, entre a Bahia e o litoral sul do atual estado de São Paulo”.
“A posteridade foi quem consagrou sua conduta e os resultados laicos e religiosos para os quais contribuiu desde que chegou ao Novo Mundo: o engajamento de lideranças e de grupos indígenas no trabalho de colonização, defesa e aproveitamento da terra; fortalecimento e consolidação da autoridade espiritual e institucional da Igreja na vida cotidiana; a eficácia didática que alcançou na propagação da fé, a partir da interação com usos e costumes indígenas, pela valorização da música, do canto, da palavra, da encenação, como recursos de comunicação individual e grupal”.
Nascido em San Cristobal de La Laguna, cidade da ilha de Tenerife, no arquipélago das ilhas Canárias, na Espanha, em 19 de março de 1534, dia de São José, razão do seu nome, e batizado no dia 7 de abril. Filho de dona Mência de Clavijo Y Llarena, uma viúva descendente de judeus convertidos ao Catolicismo, que se casou em 1531, com um revolucionário basco, Juan de Anchieta, que se tornou prefeito da cidade. Era parente de Inácio de Loyola, ex-militar, fundador em 1540, da ordem religiosa Companhia de Jesus.
Mudou-se aos 14 anos, 1548, para Coimbra, em Portugal, para estudar filosofia no Real Colégio das Artes e Humanidades. Em 1551, aos 17 anos, decidiu ingressar na Companhia de Jesus, abraçando assim a ordem religiosa. Na Companhia de Jesus , cursou o noviciado por dois anos e professou seus primeiros votos.
Em 1552 manifesta a deformidade, uma doença que o acompanhou por toda a vida. Era portador de tuberculose vertebral produzida pelo bacilo de Koch no seu processo ósseo. “Já no noviciado ele era descrito como uma pessoa que padecia de muitas dores”.
“Embora sendo espanhol, ingressou na Companhia de Jesus no Reino de Portugal, ficando ao seu serviço. Foi encaminhado ao Brasil em 8 de maio de 1553 na frota do governador D. Duarte da Costa, juntamente com outros jesuítas para evangelizar índios e colonos brasileiros na nova terra. O missionário José de Anchieta, é considerado um dos fundadores das cidades brasileiras de São Paulo e do Rio de Janeiro”.
Em 1553, respondendo a um pedido do provincial dos jesuítas no Brasil, o padre Nóbrega, chegou a Salvador. Três meses depois, foi enviado à capitania de São Vicente. No ano seguinte ele esteve na missa fundadora daquela comunidade – São Paulo de Piratininga. Naquele primeiro ano, o pequeno povoado ao redor do colégio utilizado para catequizar os indígenas tinha 130 pessoas. De acordo com cartas da época, os religiosos conseguiram, no período, batizar 36 deles.
Naquele momento, seu papel não era de liderança. “Foi, antes, mais um servidor da companhia, devotado e atuante, disciplinado e confiável, no processo de evangelização dos povos nativos e no zelo dos preceitos da Igreja e do poder real no Novo Mundo”.
“A doutrina da fé era o principal instrumento de ação e de administração dos fiéis, novos, antigos e recém-convertidos. Aos jesuítas competia o controle das almas, enquanto a administração portuguesa, civil e militar, estava empenhada na coordenação e no trabalho dos corpos. Os conflitos não foram raros, nem pequenos.”
Depois de alguns meses ele vai para São Vicente no litoral paulista, primeira cidade fundada no Brasil.
A intelectualidade e a veia artística de Anchieta foram muito úteis para os propósitos da Companhia de Jesus no Brasil. Ele circulou pelo sertão desconhecido aos portugueses e interagiu com muitos indígenas. Aprendeu tupi e ensinou latim aos nativos. Ao Chegar ao Brasil ele se afeiçoou aos indígenas. A primeira gramática escrita sobre um língua do tronco tupi é de sua autoria: “Arte da Gramática da Língua Mais Falada na Costa do Brasil’, o livro só foi publicado em Coimbra em 1595.
Poeta nato, ele foi um dos primeiros autores da literatura brasileira, para a qual compôs inúmeras peças teatrais e poemas religiosos entre outros e utilizava recursos na catequização dos indígenas. Tanto que é considerado dramaturgo, gramático e poeta e se tornou patrono da cadeira número um da Academia Brasileira de Música.
É considerado e proclamado, portanto, o Apóstolo do Brasil. Sua fama de santidade perdura até hoje”. Neste tempo compôs um poema em latim, sem papel e sem tinta, em louvor de Maria – “Da Bem aventurada Maria mãe de Deus”.
Usando um bastão escreveu na areia da praia, para compor e metrificar 5.800 versos, e os decorou um a um, para posterior publicação.
Atuou como uma espécie de farmacêutico. “Ele foi muito além do sacerdócio”. “Foi, por exemplo, o primeiro boticário da cidade de São Paulo. Aprendeu com os indígenas a medicina tradicional e aliou esse conhecimento com o que ele tinha, da Europa, para produzir medicamentos para ajudar na cura dos adoentados. Também confeccionou alpargatas para os missionários e teve uma missão muito plural, exercida de forma ampla.”
Trabalho missionário: Participou da fundação de São Paulo e atuou no então nascente povoado. Anchieta embrenhou-se em missões pelo litoral paulista e chegou a se oferecer como refém dos tamoios em conflitos destes com os colonizadores portugueses.
Mas ele não fazia ideia de que estava criando uma nova cidade e nem era este o ideal que o impulsionava. “A motivação era primordialmente religiosa”. “Na política de expansão dos domínios de Portugal a propagação da fé católica foi associada ao engrandecimento do poder real e da riqueza mercantil da Coroa e de sua nobreza mais empenhada neste objetivo. A Companhia de Jesus operou ativamente na promoção deste duplo e mesmo objetivo: ampliação da fé e fortalecimento do poder monárquico leal ao papado.”
“Anchieta foi uma potência na história do Brasil e, particularmente, na história de São Paulo”. “Mas quando a gente fala que ele fundou São Paulo, é uma frase historicamente muito complexa, que podemos entender de forma um pouco mais subjetiva”, esclarece a historiadora Antoni. “Primeiro porque os jesuítas não vinham fundar cidades. Eles vinham fundar suas obras apostólicas, igrejas, colégios, noviciados.”
Nesse sentido, ela diz que Anchieta não fundou São Paulo. “A cidade como tal vai nascer no século 18. O que Anchieta participou foi do ato de fundação de um colégio em Piratininga, e contou com o apoio dos índios tupiniquins amigos: Tibiriça, Caioby e Tamandiba.
Em 1554, neste local, rezaram uma missa em 25 de janeiro, dia da conversão do apóstolo São Paulo. Que passou a ser denominada de São Paulo de Piratininga. Onde ele foi um estudante jesuíta que tinha como missão relatar para o superior geral da ordem [na Europa] o que acontecia nesse lugar” e depois professor, sendo considerado o primeiro professor de São Paulo.
Ela ressalta, contudo, que sua importância acabou crescendo de tal forma que acabou se tornando lugar-comum atribuir a ele a fundação da cidade de São Paulo.
“A instalação do colégio dos jesuítas no planalto de Piratininga teve o objetivo primeiro de facilitar a aproximação e a catequese dos indígenas, além de adequadas instalações para a circulação, evangelização e segurança dos enviados da Companhia de Jesus. O sucesso no aldeamento e a posição privilegiada ocupada pela edificação, no topo da colina, vista ampla e livre dos arredores, disponibilidade de água e facilidade de locomoção, foram alguns fatos responsáveis pelo adensamento do núcleo urbanizado inicial”, diz o historiador Martinez.
Ele permaneceu em São Paulo de 1554 até 1562.
Em 1555, com inteligência privilegiada, criou a sua gramática da língua Tupi, que foi levada à Bahia para ser usada como texto básico para o ensino de novos jesuítas que vinham para o Brasil. Ela só foi publicada no fim da sua vida em 1595 com o título de Arte de Gramática da Língua mais Usada na Costa do Brasil.
Escreveu também o Diálogo da Fé, um espécie de Catecismo para os missionários instruírem os índios na doutrina cristã.
De São Paulo, Anchieta mudou-se para o Rio, onde participou da guerra contra os franceses em 1555, que ocupavam a baía de Guanabara para instalar uma colônia francesa.
Em 1563 Anchieta e Nobrega vão para Iperoig/Ubatuba/SP, concentração dos índios Tamoios, para negociação com os portugueses e se oferecem como reféns, enquanto não se chega a um acordo de paz. Nessa época compõe sem papel e tinta o poema – Da Bem Aventurada Virgem Maria, com 5.800 versos e decorou de um a um, para posterior publicação. Sem a companhia de Nóbrega, Anchieta passa a enfrentar solitário os problemas da convivência com os índios, durante sete meses, cercado de zombarias ao recusar as moças que lhe ofereciam como prova de amizade. Um costume indígena.
Em 1565 Anchieta e Nóbrega levam reforços de São Vicente para a Baia da Guanabara e Anchieta serve como enfermeiro na guerra contra os franceses.
Nóbrega o envia para a Bahia e dar notícias da guerra ao Governador Geral Mem de Sá. Na Bahia Anchieta estuda Teologia para poder se ordenar sacerdote. Em 1567 em Salvador, Anchieta, com idade de 32 anos, é ordenado padre pelo bispo D. Pedro Leitão, seu ex-companheiro de estudos em Coimbra. No seu retorno para o Sul, faz-se presente à segunda fundação do Rio de Janeiro e do colégio dos Jesuítas.
De 1570 a 1573, dirigiu o Colégio dos Jesuítas do Rio de Janeiro.
De 1577 a 1587 foi o provincial da Companhia de Jesus no Brasil, o cargo máximo da ordem no território colonial português. Em 1584 escreve a Informação do Brasil e de suas Capitanias, o mais importante documento histórico de sua autoria.
Também, dirigiu o Colégio dos Jesuítas em Vitória, no Espírito Santo. Em 1594, Fraco e abatido recolhe-se à Capitania do Espírito Santo na localidade de Rerityba, hoje o município se chama Anchieta. Onde morreu em 9 de junho de 1597.
“A história de Anchieta não está relacionada só com São Paulo”, afirma à BBC News Brasil o padre jesuíta Nilson Maróstica, ex-reitor do Santuário Nacional São José de Anchieta. “Ele fundou Arraial da Ajuda, na Bahia; Anchieta, no Espírito Santo; ajudou a fundar o Rio de Janeiro; fundou São Vicente, tem presença marcante em Ilhéus, na Bahia; em Porto Seguro, também na Bahia; em Vitória e Presidente Kennedy, no Espírito Santo; e, em São Paulo, em Ubatuba, Bertioga, São Vicente, Itanhaém, Santos, Itu e Embu.”
Maróstica lembra que “no local onde hoje é a catedral da Sé, em São Paulo, Anchieta construiu uma pequena igreja dedicada à Nossa Senhora da Assunção, grande devoção do santo, desde a juventude”.
Entre suas relíquias preservadas, um fêmur completo e uma de suas vestes estão na igrejinha do Pátio do Colégio, no centro de São Paulo.
Anchieta foi um grande intelectual e religioso de seu tempo.
O reconhecimento de José de Anchieta como santo, com dispensa papal da comprovação de um milagre para tanto, foi resultado de um longo processo, como costuma acontecer em trâmites de canonização da Igreja Católica.
Antes, em 1980, ele havia sido reconhecido como beato pelo então Papa João Paulo 2º (1920-2005).
“Ele já era beato e teve uma beatificação normal, ou seja, houve a aferição das virtudes heroicas e um milagre que possibilitou a beatificação”, relata o hagiólogo Lira. “Em termos gerais, Anchieta sempre foi considerado santo.”
“Sua obra catequética é fundamental na formação do Brasil Católico, além da importância educacional e da fundação da nossa maior metrópole, São Paulo. Ele foi canonizado sem a presença do segundo milagre. Havia vários pedidos nesse sentido, incluindo da própria CNBB-Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.”
Canonizar sem milagre não é uma prática comum. No pontificado de João Paulo 2º, isto ocorreu apenas três vezes. Já Bento 16 (1927-2022) lançou mão do procedimento somente uma vez.
“No caso do padre José de Anchieta, após os estudos necessários e, principalmente, considerando a sua fama de santidade, num processo de canonização de mais de 400 anos, o papa Francisco assinou o decreto de canonização por equipolência no dia 3 de abril de 2014”. O Papa Francisco canonizou José de Anchieta durante missa de canonização.
Em conversa com a BBC News Brasil, o vaticanista Filipe Domingues, diretor do Lay Centre, em Roma, e professor na Pontifícia Universidade Gregoriana, também em Roma, explica que o processo de canonização é apenas um “reconhecimento da Igreja” para uma pessoa que teria virtudes suficientes para ser considerada santo. Nesse sentido, diz ele, muitos e muitos santos devem ter existido sem nunca terem a chancela do Vaticano.
“Nos casos em que há uma notoriedade, a Igreja pode assinar embaixo, por meio de um decreto e de um reconhecimento público”, sobre o processo formal de canonização. Por norma, o trâmite depende do reconhecimento de um milagre para a beatificação e de um segundo para a canonização. Este processo foi aperfeiçoado ao longo da história para evitar abusos”, contextualiza o vaticanista.
“Só que o papa sempre tem a prerrogativa de abrir exceções, para tudo na Igreja. Em sua visão, era possível canonizar Anchieta sem um segundo milagre porque ele achou que já havia evidências suficientes para que esse personagem fosse reconhecido como santo”, afirma Domingues.
Na visão do hagiólogo Lira, o gesto de Francisco não representou “apenas a vontade papal”, mas foi a conclusão “de um processo”.
“É claro que a última palavra é do santo padre após os procedimentos preparados pelo Dicastério das Causas dos Santos.
Mesmo que para uma canonização equipolente os cardeais e os bispos que atuam no Dicastério das Causas dos Santos são consultados e o que perdura é sua fama de santidade, suas virtudes heroicas e sua dedicação à causa do reino de Deus.
O Papa Francisco reconheceu sua santidade”, explica. Há uma coincidência, Francisco, assim como Anchieta, é jesuíta — o primeiro Papa jesuíta da história.
Mas a santidade popular de Anchieta remonta aos tempos em que ele vivia. Como conta Maróstica, quando o jesuíta vivia no Brasil a Companhia de Jesus solicitou à igreja de sua cidadezinha natal informações sobre seu batismo. Então foi acrescentada uma observação na mesma folha que tem o seu registro. “José atualmente mora no Brasil, é religioso, tem fama de santo e é chamado de apóstolo do Brasil”, conta o padre.
“Levou uma vida de santidade”, enaltece. “Temos inúmeros relatos de milagres que ele realizou em vida.” Segundo Maróstica, há uma história de que, poucos dias antes da morte de Anchieta, ele teria curado um indígena que não conseguia mais andar”.
Seu corpo foi levado para Vitória por um cortejo três mil índios num percurso de 100 quilômetros, onde foi sepultado no Colégio dos Jesuítas, hoje Palácio do Governo. D. Bartolomeu Simões Pereira, na missa fúnebre celebrada o proclamou de “Apóstolo do Brasil”, nome com que é conhecido até hoje.
Desde a sua morte foi solicitado a Igreja a sua canonização. Em 1636 ele já era reconhecido como venerável.
Em 1596, por ordem superior, se ausenta de Pirityba, indo para Vitória, um desatino, na minha velhice.
O processo de canonização de Anchieta começou logo após sua morte ocorrida em 9 de junho de 1597.
Em 1624, Filipe IV, rei da Espanha e Portugal pede ao Papa a canonização de Anchieta.
Em 1736 um decreto do Papa Clemente XII, reconhece as virtudes heroicas de Anchieta e o declara “Venerável.
Em 1877 a princesa Isabel, em nome de D. Pedro II, pede ao Papa a canonização de Anchieta. Em 1897, em conferência cultural brasileira, todos os Bispos brasileiros pedem por sua canonização.
Em comemoração ao quarto centenário do nascimento de Anchieta, o presidente Getúlio Vargas decretou feriado nacional em 9 de junho de 1934.
Em 1963 em nome dos três poderes da República, o senador Danton Jobim entrega ao Papa Paulo VI um pedido de beatificação de Anchieta.
Em 1965 o presidente Castelo Branco institui o Dia de Anchieta, a ser comemorado em todo o país na data 9 de junho de cada ano.
E em 22 de junho de 1980, em cerimônia solene na Basílica de São Pedro/Roma, Anchieta foi beatificado pelo Papa João Paulo II.
Em 1986 o Ministério da Educação e Cultura, também participa do Quarto Centenário de Anchieta.
Em 2014, 480 anos depois de seu nascimento e 460 anos após aquela missa, o Papa Francisco o canonizou. Com uma peculiaridade: no detalhado processo que a Igreja tem para conferir tal reconhecimento a alguém, o sumo pontífice dispensou Anchieta da comprovação de algum milagre. “Papa Francisco, que conhecia a história de Anchieta, achou que não era mais necessário comprovar as virtudes e a santidade dele. Assim, ele usou o costume do Vaticano de canonizar por equipolência, ou seja, ele foi declarado santo sem precisar apresentar um milagre: todas as suas virtudes e todos os milagres realizados antes e depois de sua morte são considerados válidos para declará-lo santo”, explica.
“Carta de Anchieta aos irmãos enfermos de Coimbra: (A seleção e instruções desta informação é de autoria do Pe. Hélio Abrantes Viotti, S. J. e foram extraídos da Antologia Nobrega e Anchieta, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1978): Nesta carta Anchieta nos aparece aos 21 anos, com saúde recuperada e no pleno desempenho de suas atividades de mestre de latim em Piratininga, de estudioso do idioma da terra, de enfermeiro dos índios, de fabricante de alpargatas, enfim de valente epistológrafo, procurando mover, com o exemplo de sua restabelecida capacidade de trabalho, aos antigos companheiros de sofrimento a venham para o Brasil – fala sobretudo da Capitania de São Vicente – de cujo clima e outras condições estimulantes fez o encarecimento”.
Anchieta declarou que se dava melhor com os índios do que com os portugueses. “EM DEUS, MEU CRIADOR, ESTÁ TODA A MINHA ESPERANÇA” ANCHIETA.
Alguns depoimentos sobre Anchieta:
Euclides da cunha – escritor; Pe. José de Frota Gentil, S. J. – escritor, e biógrafo de Anchieta; Nelson Werneck Sodré – historiador e sociólogo; Cecília Meireles – poeta, crítica e escritora; Olavo Bilac – Príncipe dos poetas parnasianos; Machado de Assis – considerado o maior escritor brasileiro e Antonio Cândido – Professor da USP, crítico e historiador, entre outros.
Fontes:
Artigo publicado pela BBC News Brasil Autor, Edison Veiga
Role, De Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil em 24 janeiro 2025;
Livro Anchieta Vida e Pensamentos edição Martin Claret. O livro foi pesquisado e organizado pelo doutor em Letras Clássicas e professor de Tupi Antigo na Universidade de São Paulo, Eduardo de Almeira Navarro.
Enciclopédias: BARSA e Encarta.