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Racionalidade e respeito

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Voltei para o Brasil no dia 24 de março, depois de ficar seis meses morando em Portugal, como tenho feito nos últimos anos. Sou fissurado na terrinha. Mas nesse retorno ao nosso país a coisa foi meio complicada, na saída. Não faltou documento, estava com o teste de covid em mãos, com os certificados de vacina também, com o formulário da Anvisa providenciado, tudo certo. O problema foi passar pela imigração. Nosso voo era às nove, chegamos ao aeroporto de Lisboa com duas horas de antecedência, como manda o figurino. Acordamos de madrugada, mas faz parte.

Chegamos no nosso terminal, fomos direto ao guichê da Azul, fizemos o check in e o despacho das malas de porão e passamos pela inspeção – onde quase que se tem que tirar a roupa -, e não paramos em nenhum lugar, nem no duty free, seguimos direto para a imigração. Chegando lá, havia um mar de pessoas, muita gente mesmo, aquela área reservada para a imigração – no nosso caso, saída da Europa – quase que totalmente cheia. Pessoas de vários voos. Acontece que já era oito horas e havia APENAS duas pessoas no atendimento. DUAS pessoas. E perguntamos para uma funcionária do aeroporto se haveria uma antecipação para os clientes da Azul das nove horas, pois naquele ritmo perderíamos o embarque, mas a senhorita simplesmente disse que não podia fazer nada. Embora os clientes da TAP ela passasse para a frente, mesmo sendo ela funcionária do aeroporto e não da companhia aérea.

E ficamos na fila, claro, esperando e rezando para que a fila andasse mais rápido, o que não acontecia. Ninguém se coçou para providenciar mais pessoas para atender, para agilizar o embarque de voos que estavam para sair. E a funcionária do aeroporto, que dizia estar “organizando” a fila quilométrica, começou a bagunçar tudo, fazendo uma zorra imensa. Ela bloqueava uma fila, enquanto a outra andava e quando a fila da frente esvaziava, depois de ficarmos parados por um tempão, ela desbloqueava a anterior para que avançasse e bloqueava a anterior. Uma coisa sem nenhuma justificativa, um rolo que ninguém entendia, e que não mudava, apesar das reclamações. Como o stress estava aumentando, quando já estávamos perto da última fila ela desistiu.

Os dois atendentes, já que não colocaram mais ninguém para agilizar, já estavam apenas carimbando os passaportes, sem olhar nada. Abem da verdade, antes de entrar na fila da imigração havia um balcão para apresentarmos teste, certificado, etc. Ainda bem, pois assim conseguimos chegar a tempo no embarque. Estávamos receosos pelo nosso voo, pois depois de passar pela imigração, teríamos que andar um bocado até o nosso portão. O aeroporto de Lisboa é muito grande. Mas chegamos a tempo.

O registro se deve ao desrespeito do aeroporto para com os viajantes, pois poderiam colocar um número de atendentes mais apropriado para o grande número de pessoas que precisavam passar pela imigração. O problema estava lá, deixando todo mundo nervoso, irritado, mas ninguém tomou nenhuma providência. Falta de respeito total aos clientes que estavam ali para embarcar. Tomara que não volte a acontecer. É desgastante, é enervante, estar prestes a perder o seu voo sem que ninguém se importe com isso.

Já passei por um episódio parecido no aeroporto de Lisboa, há alguns anos. Fiz escala na capital portuguesa a caminho de Veneza ou Genebra, na Suiça, não lembro bem, e também na fila imensa da imigração vi que o tempo até a partida do meu voo era curto, se considerado o tamanho da fila que enfrentávamos. Em cima da hora, alguém da companhia aérea do voo que eu ia pegar apareceu e chamou as pessoas do meu voo para se adiantarem no guichê, que haveria alguém na saída da imigração para nos encaminhar até o portão de embarque. Acontece que não havia ninguém e tivemos que sair procurando o portão por nossa conta e risco. Quando cheguei ao portão, estavam encerrando o embarque. Por segundos eu não perdi o voo.

Gosto imenso de Portugal, tanto que moro lá metade do ano e metade aqui, mas essas coisas não podem acontecer.

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745