RADIVAL NOVAIS TORRES
“ZARUR”
*12/04/1945†05/08/2001
VIA-CRÚCIS
Radival Novais Torres nasceu em Contendas do Sincorá no dia 12 de abril de 1945, filho de Benvinda Novaes Jardim e de Oflávio da Silveira Torres. Faleceu na vila de João Amaro, município de Iaçu/BA, no dia 05 de agosto de 2001, onde o corpo está inumado no cemitério municipal (Cemitério Santo Antonio, também conhecido como cemitério dos pobres).
Viveu sua infância no distrito de João Amaro em companhia do seu padrinho Lídio Santos, quando a mãe foi para Salvador a procura de emprego. Posteriormente, com a mãe estabelecida comercialmente em São Felix e depois moradora em João Amaro, (terra natal) ajudou-a ao lado dos outros irmãos.
Foi para São Paulo e teve um relacionamento com determinada pessoa com a qual teve duas filhas: Janaina e Miller. De regresso para João Amaro em outro relacionamento com Matildes, teve um filho que o nominou de Rudival e adotou como filha uma menina desta, de nome Lidiane. O casal separou-se. Radival aposentou-se. Ao falecer a pensão do INSS ficou para a mãe do filho que teve no relacionamento com Matilde. Infelizmente Radival tornou-se vítima do alcoolismo o que contribuiu para a doença que o vitimou.
Ao nascer, o indivíduo traz consigo a única e inexorável certeza da vida – a morte. Embora tenha essa certeza, ninguém se conforma com a perda da vida, ainda que creia nos desígnios Divinos por convicção de fé e religiosidade.
Acompanhei a via-crúcis de meu irmão Radival, com 56 anos de idade, portador de um câncer na garganta. Adicto de bebidas alcoólicas e tabaco, isso foi provavelmente o fator carcinogênico. O sofrimento foi muito grande, angustiante e cruel, pois que, após a biópsia, constatou-se a irreversibilidade da cura, não havia mais possibilidade de tratamento cirúrgico nem quimioterápico pela debilidade do paciente e por estar o tumor em metástase.
Assisti impotente ao definhamento do seu corpo, enfraquecido pela inanição, prostrado no catre. Sentia o coração atormentado pela dor e pela aflição de não poder ajudá-lo a sair do quadro estarrecedor da moléstia aniquiladora. Em dado momento, a crueldade mortificante foi tanta que me recolhi ao quarto e pedi a Deus em oração: “Se não fosse pecado, que a morte viesse logo, não para nos livrarmos dele, mas para o alívio do seu martírio, que também era nosso”.
Restou-nos, então, recorrer às preces e orações, evocando a Deus pela intercessão do Seu filho Amado, Jesus, piedade, compaixão e alívio desse padecimento, entregando em Suas Mãos o destino do servo moribundo, na fé inabalável da suprema misericórdia da Providência Divina, na condução de todos os acontecimentos segundo o Seu consentimento.
Recebemos muita solidariedade, apoio e conforto de familiares, parentes e amigos, ele tinha muitos afilhados e amigos diletos, que, de certa forma, mantiveram-nos firmes nessa missão determinada nos cuidados e tratamento que nos foi facultado fazer com carinho, amizade, dedicação, amor e compreensão. Evidentemente que a Fé Cristã nos alimentou, especialmente contando com a força, a coragem e a dedicação incansável e infatigável de nossa mãe, anciã com 81 anos de vida, que não se afastou um só instante do leito do filho até o seu desenlace, sentimentos que só o coração de mãe abriga. Mesmo fraca e debilitada pela doença de que era portadora e pelo peso dos anos, reuniu forças e energia física para suportar tamanho sofrimento e dor. Foi uma luta inglória.
Deus haverá de reservar-lhe um lugar merecido. Resta-nos conformar com a única e irreversível certeza da vida – a morte.
A ausência do ente querido deixa-nos muitas saudades e certos de que, sem fé, sem religiosidade, a perda é muito mais sacrificante por incompreensão e inconformação. Nessa situação de desespero entrega-se ao poder Divino o direito de conceder e de tirar a vida. Estamos convictos de que, enquanto houver solidariedade e calor humano, não nos sentiremos sozinhos. Quero fazer um agradecimento especial a minha esposa e filhos, pela força, pelo apoio e pela solidariedade das presenças no enterro do falecido. Agradeço também aos irmãos, amigos e parentes que compareceram. Vocês foram solidários e nos confortaram num momento de aflição, angústia e dor.