José Buzzi, descendente de italianos, comerciante rico e famoso, pela variedade de produtos que vendia para toda a região, era também fazendeiro. Um sujeito ativo, dinâmico e criativo. Casou-se com Ana Albuquerque, fazendeira rica, que herdou do pai todos os bens que lhe pertenciam, por ser filha única. Ao juntar os bens, o casal, constituiu uma grande fortuna.
Na fazenda tinha uma grande plantação de cana-de-açúcar que produzia cachaça e fabricava rapadura, além da plantação do algodão, milho e feijão, produtos que aumentavam ainda mais o seu cabedal.
Com o passar do tempo, Ana não engravidou, não se sabe quem era estéril, se o homem ou a mulher. Combinaram e foram para São Paulo Capital, para o devido tratamento, nessas idas e vindas de São Paulo, Ana apareceu grávida. Deram ao rebento o nome Joseana, uma junção do nome Jose e Ana. dizem as más-línguas que a filha não era de José.
Joseana cresceu, e o casal a enviou para um internato das freiras em Salvador e a visitavam constantemente, ora pelo pai, ora pela mãe. Quando Joseana estava na faculdade, fez uma grande amizade com sua colega Zulmira, tratada por Zú.
Zulmira era filha de músicos, toca muito bem o violão e outros instrumentos, uma herança vocacional dos pais. Joseana após consultar os pais e obter o consentimento dos pais de Zu, fez-lhe o convite para passar as férias em sua cidade natal.
O transporte era escasso e um trecho era feito com animal, uma novidade para Zú, que não conhecia as dificuldades do sertão. A residência de Joseana era uma referência no lugar, muito bem ornada com tudo de moderno, e equipada com os melhores móveis da época. Ana e José tinham bom gosto, e investiam com orgulho no bem-estar da família.
A recepção dos anfitriões foi um sucesso, Zú ficou maravilhada, pois residia em um apartamento e a casa de Joseana era uma enormidade, uma mansão. Muita comida, vinhos e convidados. Seu josé e Ana se sentiam gratificados e orgulhosos da visita.
José era uma pessoa sisuda, retraída e de pouca intimidade, não fumava nem bebia, mas nesse dia, por conta do entusiasmo, tomou várias doses de bebida alcoólica, e passou a contar casos e histórias, fato que estranhou aos que o conhecia.
Nessa oportunidade, embriagado, convidou Zú para tocar e ele cantar algo do seu repertório, como tinha pouca intimidade musical, assim se expressou: “Eu canto com Zú e Zú canta com eu, eu como o c… de Zú e Zú não come o meu”. Foi um deus nos acuda. Zú se rebelou e queria ir embora, por ser humilhada, com palavras de baixo-calão, ofensivo, obsceno, imoral e vergonhoso.
Com muito trabalho, convenceram a visitante ofendida, de que José estava bêbedo e esse não era o comportamento dele, se desculparam pelo ocorrido, a festa foi desfeita e José ficou escornado na cama completamente fora de si.
No dia seguinte, na hora do café, ele perguntou a Zú se estava satisfeita, como se não houvesse acontecido nada, e prometeu uma visita às fazendas para ela verificar o fabrico da cachaça e da raspadura, conhecer e montar no cavalo devidamente adestrado para montaria.
Censurado pela mulher e pela filha, pelo comportamento indevido, disse não se lembrar de nada. Ficou o dito pelo não dito.
Tudo ficou em paz e Zú se encantou com a visita.