Contas da gestão foram rejeitadas e gestor segue para inegibilidade. Prefeito e primeira-dama foram investigados por CPI.
Por Helder Azevedo
O prefeito de Jussiape, Éder Jakes (PSD), chega ao fim do seu governo envolto em escândalos de gastos excessivos. Com um rombo orçamentário de R$ 48 milhões, a administração de Éder enfrenta entraves na governabilidade ─ o que torna o gestor alvo de investiduras fiscalizadoras da Câmara.
Uma denúncia tratada na Câmara se refere ao rombo de R$ 45 milhões no orçamento do município já gastos pelo prefeito, sem explicações ao Legislativo. Entre os gastos mais criticados está uma licitação de mais de R$ 1,6 milhão para contratação de palco e som para eventos.
Éder e a primeira-dama, Hilda Rejane, foram investigados no ano passado por uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar supostas perseguições a servidores públicos e munícipes. “O uso indiscriminado de recursos públicos e a falta de transparência na gestão de Éder deixam claros de que esse governo comprometeu a desorganização financeira do município”, disse um articulador político no município.
O prefeito, que teve as contas da sua administração referentes ao ano de 2021 rejeitadas pela Câmara Municipal, segue para inelegibilidade. Além disso, a administração de Éder não direcionou recursos da Lei Paulo Gustavo, destinada ao fomento cultural, a demandas consideradas prioritárias para a cultura do município, como a reabertura do Museu de Antiguidades de Jussiape e o resgate de tradições identitárias, apontam articuladores da cultura no município.
Neste mês, uma série de atitudes do governo aumentou as suspeitas de uso indevido da máquina pública. Escolas e unidades de saúde da rede municipal foram fechadas, para que servidores públicos fossem, sob pressão, participar de uma manifestação organizada pela gestão de Éder para beneficiar a campanha de Roberto Paiva, aliado do prefeito. A mobilização foi amplamente criticada, uma vez que evidenciou a tentativa de manipulação política dos servidores e abuso de poder político.
Outra questão que levanta suspeitas da gestão de Éder são contratações suspeitas de funcionários. No site do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), há várias ordens de pagamento que mostram gastos exorbitantes.
Com a aproximação do fim do mandato e sem patrocinadores de campanha, Éder tem solicitado novos recursos à Câmara, o que tem gerado impasse com vereadores da oposição. Para a maior parte dos parlamentares que formam a base da oposição na Câmara, o prefeito tenta desviar o foco do rombo milionário na sua gestão, provocando tumulto e incitando a população contra o Legislativo.
Foto: Divulgação
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