Por Redação
O governador Rui Costa (PT) adotou dois posicionamentos na manhã deste sábado em relação à greve dos caminhoneiros. Logo cedo, através de vídeo publicado na sua página nas redes sociais, o petista declarou apoiar as manifestações, embora solicitando das lideranças que cooperassem para que não houvesse colapso na oferta de serviços essenciais à população.
“Como cidadão brasileiro, eu respeito, apoio e me solidarizo como todos os que se manifestam, legitimamente, por um país melhor. No entanto, como governador da Bahia, eu tenho que garantir que não haja um colapso dos serviços públicos. É meu dever garantir a segurança da população e outros serviços essenciais à vida”, apontou o governador.
Mais tarde, em Teixeira de Freitas, onde cumpriu agenda de trabalho, em entrevista à emissoras de rádio locais, Rui Costa voltou a destacar seu apoio às manifestações e aproveitou para criticar a postura da diretoria da Petrobrás, que defendeu deva ser substituída, mas ponderou apoiar a decisão do presidente Michel Temer (MDB) de colocar forças federais [Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança] para desbloquear rodovias ocupadas por caminhoneiros em greve e garantir que combustíveis, alimentos, insumos e suprimentos para as cidades. Segundo Costa, a situação já está comprometendo setores essenciais.
Ao se posicionar contra a política de preços adotada pela Petrobrás, que tem como princípio o reajuste dos combustíveis com maior frequência, inclusive diariamente, refletindo as variações do petróleo e derivados no mercado internacional e também a oscilação do dólar, Costa foi incisivo ao afirmar que defende a demissão do presidente e da diretoria da Petrobrás. “Sou crítico dessa política desastrosa de reajuste de preço que a Petrobras está fazendo — 11 reajustes em 17 dias é escândalo”, apontou Costa.
Para o governador, o presidente Michel Temer precisa demonstrar a mesma coragem que teve ao acionar as forças federais para desbloquear as estradas e garantir o abastecimento das cidades para demitir a diretoria da Estatal. Ou vir a público e assumir que é ele o condutor da política de reajustes praticada pela Petrobras. “O presidente precisa ter outra coragem. Ou ele está mandando fazer tanto reajuste, ou a direção da Petrobras não está obedecendo. Se o Governo Federal tem coragem de acionar forças nacionais de segurança para desbloquear as estradas, poderia ter coragem também para trocar a direção da Petrobras”, acrescentando que a União deve reduzir as alíquotas ou renunciar à arrecadação do PIS/Cofins, mas não tentar reduzir as já “combalidas receitas e contas dos Estados”.
Foto capa: Mateus Pereira/GovBA