Orientações oficiais servem de guia para confecção de proteção caseira
Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
Em meio à pandemia de covid-19, o Ministério da Saúde está mobilizando a população a fabricar as próprias máscaras de pano, utilizando tecidos que podem assegurar uma boa efetividade, se forem bem desenhadas e higienizadas corretamente. Sobre as máscaras cirúrgicas e filtrantes, como a N95, o governo mantém a recomendação de que sejam destinadas, prioritariamente, a profissionais de saúde e pessoas com sintomas.
De acordo com a nota do ministério, pesquisas têm apontado que a utilização de máscaras caseiras impede a disseminação de gotículas expelidas do nariz ou da boca do usuário no ambiente, funcionando como uma barreira física que vem auxiliando na mudança de comportamento da população e diminuição de casos de covid-19.
A máscara, entretanto, é uma proteção adicional. Para interromper o ciclo de disseminação do vírus, é importante seguir as regras de distanciamento social, etiqueta respiratória e a higienização das mãos. “Essas medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde, quando adotadas em conjunto, potencializam os efeitos da proteção contra o novo coronavírus no país e por isso são tão importantes de serem adotadas por toda a população”, diz o ministério.
Para garantir a efetividade, devem ser usados tecidos com boa capacidade de filtragem de partículas. O ministério recomenda: tecido de saco de aspirador; cotton (composto de poliéster 55% e algodão 45%; tecido 100% algodão (como tricoline); e fronhas de tecido antimicrobiano. Mas podem ser utilizados materiais encontrados no dia a dia, como camisetas ou outras roupas em bom estado de conservação, até tecido não tecido (TNT).
O importante é que a máscara seja feita com camadas duplas, nas medidas corretas, cobrindo totalmente a boca e nariz (cerca de 21 centímetros de altura e 34 cm largura) e que esteja bem ajustada ao rosto, sem deixar espaços nas laterais. Se for de TNT, a máscara deve ser descartada a cada uso.
Como usar
O uso da máscara caseira é individual, não devendo ser compartilhada entre familiares e amigos. A máscara deve ser usada por cerca de duas horas. Depois desse tempo, é preciso trocar. Então, o ideal é que cada pessoa tenha pelo menos duas máscaras de pano.
Use a máscara sempre que precisar sair de casa. Coloque a máscara com cuidado para cobrir a boca e nariz e amarre com segurança acima das orelhas e abaixo da nuca, para minimizar os espaços entre o rosto e a máscara.
Enquanto estiver utilizando a máscara, evite tocá-la, não fique ajustando a máscara na rua. Saia sempre com pelo menos uma reserva e leve uma sacola para guardar a máscara suja, quando precisar trocar. Troque a máscara a cada duas horas ou sempre que apresentar sujeira ou umidade.
Em casa, remova a máscara pegando pelo laço ou nó da parte traseira, evitando de tocar na parte da frente. Lave as máscaras usadas em diluição de água e água sanitária. A proporção de diluição a ser utilizada é de 1 parte de água sanitária para 50 partes de água. Por exemplo: 10 ml de água sanitária para 500ml de água potável. Deixe de molho por cerca de 30 minutos e depois lave com água e sabão.
Ações
A rápida disseminação do novo coronavírus levou à escassez de equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras cirúrgicas, em diversos países. O Ministério da Saúde informou que está realizando compras de fornecedores nacionais e internacionais, em grandes quantidades, para garantir a proteção dos profissionais de saúde que trabalham na assistência às pessoas doentes.
No Rio de Janeiro, o ateliê de costura da Penitenciária Talavera Bruce, em Bangu, está produzindo máscaras para proteção contra o novo coronavírus. A meta é confeccionar 30 mil máscaras, que, em princípio, serão destinadas aos agentes da área de segurança, mas a produção pode ser ampliada para atender a outros setores, como o da saúde.
No Distrito Federal, os detentos em ressocialização também produzirão máscaras descartáveis dentro da oficina de costura, no projeto da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap) em parceria com empresas do Sistema S. A ideia é que a própria Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) compre, de forma direta, parte da produção semanal para abastecer unidades socioeducativas e terapêuticas. A previsão é que cada máscara seja vendida a R$ 0,45.
Edição: Pedro Ivo de Oliveira.