Por Agência do Rádio Mais
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe teve início no dia 23 de março e vai até o dia 22 de maio e, provavelmente, você já ouviu alguém dizer por aí que tomou a vacina no ano passado e, por isso, não vai tomar neste ano. Pois bem, saiba que isso está errado. De acordo com o Ministério da Saúde, as pessoas têm que tomar a vacina todos os anos. Mas, por que isso, afinal?
Especialistas em saúde afirmam que há dois motivos para que o Ministério da Saúde se mobilize todos os anos para imunizar o maior número de pessoas. O primeiro deles é que o vírus Influenza, causador da gripe, consegue se modificar de um ano para o outro. Isso significa que ele é capaz de enganar o organismo do indivíduo, e infectá-lo novamente. A única solução é uma nova vacina que acompanhe a evolução do vírus.
O epidemiologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Cláudio Maierovitch explica que os tipos de vírus que causam a gripe podem se transformar rapidamente e a vacina busca acompanhar essas modificações.
“Vírus de gripe é uma família, na verdade. São muitos vírus diferentes uns dos outros e eles têm uma propriedade, de [é a capacidade de] se modificar muito rapidamente. Então, pode ser que os vírus de um ano sejam diferentes dos vírus do ano anterior. O tempo todo eles sofrem mudança.”
Maierovitch explica que, diferentemente do que ocorre com outras vacinas, como a da poliomielite, a dose contra a gripe só protege durante um ano. Isso porque, além de passarem por mutações, os vírus se alternam ao circular, e isso é o segundo motivo para fazer campanha todo ano.
Marta Lopes, especialista da Universidade de São Paulo (USP), explica que o Ministério da Saúde, em parceria com diversos laboratórios, monitora quais vírus Influenza circularam mais durante o inverno. Depois disso, o órgão envia o material coletado para a Organização Mundial da Saúde (OMS). A OMS, então, analisa e indica a fórmula ideal da vacina. Por isso, segundo ela, a vacina de 2020 é diferente da vacina de 2019.
“Estes vírus que compõem a vacina deste ano são diferentes dos vírus que compuseram a vacina do ano passado, porque são os que predominaram no inverno passado e que, provavelmente, vão predominar, também, este ano.”
É isso que está acontecendo. Segundo o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, os três tipos de Influenza que compõem a vacina foram os que mais circularam no país durante os primeiros meses deste ano. Até 21 de março, foram 204 casos e 19 mortes por Influenza A (H1N1), 181 ocorrências e 17 óbitos por Influenza B e 21 casos e três mortes por Influenza A (H3N2), informa o Ministério. No total, foram 406 casos e 39 mortes.
O Ministério da Saúde reforça a importância de todos os grupos prioritários se vacinarem, pois, além da gripe, a vacina protege de complicações respiratórias pela doença, que podem até levar a óbito.
Em caso de fila nos postos de vacinação mantenha distância de pelo menos 2 metros dos demais, principalmente idosos. E, para mais informações sobre a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe, acesse: saude.gov.br/vacinabrasil.