A incorporação dos quimioterápicos Pazopanibe e Sunitinibe foi no final do ano passado. Os medicamentos agem na diminuição e até na destruição do tumor
Por Victor Maciel, da Agência Saúde/ Ministério da Saúde
Os pacientes com câncer renal terão duas novas opções de tratamento ofertadas no Sistema Único de Saúde (SUS). No final do ano passado, o Ministério da Saúde incorporou os medicamentos Pazopanibe e Sunitinibe que agem na diminuição e até destruição do tumor. A opção de tratamento foi incorporada com base na eficácia e segurança identificada nos dois insumos. A decisão já foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) e estará disponível na rede pública em até 180 dias.
A incorporação dos medicamentos contou com a participação da sociedade que enviou contribuições sobre as duas tecnologias durante Consulta Pública, realizada no ano passado, no site da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao SUS (CONITEC). As sugestões recebidas apresentaram argumentos que mostraram a eficácia e segurança do Sunitinibe e do Pazopanibe em relação aos outros tratamentos já ofertados no SUS para o câncer renal.
Os medicamentos para câncer são adquiridos e fornecidos aos usuários do SUS pelos hospitais habilitados credenciados e habilitados para atendimento em oncologia (UNACON ou CACON) com os recursos financeiros repassados pelo Ministério da Saúde. Os insumos Pazopanibe e Sunitinibe serão padronizados, adquiridos e fornecidos por cada hospital para seus usuários.
No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima o surgimento de 6,2 mil casos de câncer renal por ano. A doença é o sétimo tipo cancerígeno mais comum entre os homens e o nono entre as mulheres. Na maioria dos casos, ele aparece de forma silenciosa, não apresentando sintomas em suas fases iniciais. Por esse motivo, é comum casos de pacientes que descobrem o tumor por acaso – ao fazer um exame de imagem durante um check-up de rotina ou para investigar outras suspeitas, por exemplo.
Existem diferentes tipos de câncer que podem atingir o rim. O principal é conhecido como carcinoma renal de células claras (CRCC). Esse tipo de tumor corresponde a aproximadamente 75% dos casos de câncer neste órgão. No Brasil, a prevalência estimada é de 7 a 10 casos para cada 100 mil habitantes. O prognóstico desse tipo de câncer depende, dentre outros fatores, da idade do paciente e da rapidez em diagnosticar e tratar a doença.
ASSISTÊNCIA AO CÂNCER
O Sistema único de Saúde (SUS) oferta tratamento integral e gratuito para todos os tipos de câncer, seja paliativos, cirurgias oncológicas, radioterapia e quimioterapia. Todos os hospitais do SUS, habilitados em oncologia, recebem mensalmente recursos federais para a compra e oferta de medicamentos. O valor já está incluso no total pago para a realização dos procedimentos ambulatoriais e hospitalares para o tratamento de câncer. Os medicamentos variam de acordo com tipos existentes da doença. Assim, essas unidades têm autonomia para definirem o melhor produto a ser utilizado em cada caso.
Além desse repasse, o Ministério da Saúde oferece gratuitamente outros sete medicamentos: a talidomida para o tratamento do mieloma múltiplo, do mesilato de imatinibe para a quimioterapia do tumor do estroma gastrointestinal (GIST), da leucemia mieloide crônica e da leucemia linfoblástica aguda cromossoma Philadelphia positivo; o trastuzumabe, para a quimioterapia do carcinoma de mama inicial e locorregionalmente avançado; o rituximabe, para a quimioterapia do linfoma difuso de grandes células B e do linfoma folicular; e o dasatinibe e onilotinibe para a quimioterapia da leucemia mieloide crônica de adultos.
Foto de Capa: Virtual Medical Centre