Iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) busca juntar esforços para alcançar a erradicação da doença
Por Ascom/SBOC
Nesta terça-feira (17), às 20h, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), em parceria com o Instituto Oncoguia e diversas outras instituições do Movimento Brasil Sem Câncer do Colo do Útero, realizará uma live para discutir os desafios relacionados ao enfrentamento dessa doença. A proposta é contribuir com a divulgação da Estratégia Global para Eliminação do Câncer do Colo do Útero, liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O câncer do colo de útero é o terceiro mais incidente e a quarta causa morte em mulheres, somando anualmente cerca de 16 mil casos e sendo responsável por mais de 5 mil óbitos no Brasil, números que o classificam como grave problema de saúde pública no país. É causada pelo Papilomavírus Humano (HPV) em mais de 90% dos casos e trata-se de uma doença passível de prevenção e curável quando diagnosticada em estágios iniciais.
Para Dra. Angélica Nogueira, diretora e Coordenadora do Comitê de Tumores Ginecológicos da SBOC, embora a vacina anti-HPV esteja amplamente disponível na rede pública (SUS), há a necessidade de melhorar sua divulgação e buscar melhor aderência da população-alvo, que são meninas dos 9 aos 14 anos e meninos dos 11 aos 14 anos. “Nos últimos anos, com a retirada da vacinação contra o HPV das escolas públicas, tivemos uma queda significativa dos índices de cobertura vacinal médica, partindo de 90% em 2014, para 52% em meninas e 22% em meninos em 2019”, comenta.
Além disso, há insuficiente conscientização para mulheres quanto à necessidade de realizarem exames preventivos e grandes barreiras de acesso ao exame de Papanicolau ou a técnicas mais modernas e eficazes de rastreamento, bem como ao tratamento de lesões precursoras curáveis.
As metas centrais a serem atingidas, definidas pela OMS e adaptadas aos recursos existentes no Brasil são:
- Vacinação para HPV novamente oferecida dentro das escolas, seguindo modelos de sucesso da cobertura vacinal em outros países e/ou que se aprove a lei de necessidade de apresentação de cartão de vacina para matrícula ou rematrícula escolar;
- Instituição de uma campanha informativa periódica de “volta às aulas” entre fevereiro e agosto, para que a aderência a ambas as doses da vacina seja maior e com intervalo de seis meses;
- Estabelecer metas objetivas de controle do câncer do colo do útero:
- 90% de cobertura vacinal contra HPV em meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos;
- 30% de cobertura anual de colpocitologia oncótica (Papanicolau) na faixa etária de 25 a 65;
- 90% de tratamento das lesões pré-invasivas;
De acordo com Dra. Clarissa, presidente da SBOC, o Brasil está abaixo da média. “Infelizmente, estimativas do Ministério da Saúde indicam que apenas 16% das mulheres de 25 a 65 anos realizam exames ginecológicos no Brasil, número que representa aproximadamente metade do mínimo indicado pela OMS. Mas, com a soma de nossos esforços, podemos eliminar o câncer do colo do útero como no Brasil”, completa.