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Senai e Suzano investirão R$ 16 milhões em projetos de bioeconomia

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Iniciativas são ligadas a temas como remoção de carbono, biomassa de eucalipto, agroflorestal e embalagens sustentáveis

por Agência Brasil 61

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a empresa de papel e celulose Suzano estão investindo R$ 16,1 milhões em 14 projetos de bioeconomia. As iniciativas abrangem temas como remoção de carbono, biomassa de eucalipto, agrofloresta e embalagens sustentáveis.

Dentre os projetos selecionados, sete contarão com parcerias de startups, três com universidades e cinco com Institutos Senai de Inovação. O prazo para execução do portfólio é de 24 meses. Essa parceria visa fortalecer um setor em que o Brasil tem potencial para se tornar líder mundial, uma vez que o país abriga 20% da biodiversidade do planeta.

De acordo com a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), o setor de biotecnologia industrial – um dos segmentos da bioeconomia – pode adicionar aproximadamente US$ 53 bilhões à economia brasileira anualmente nos próximos 20 anos e gerar cerca de 217 mil novos empregos qualificados. Para alcançar esses resultados, as empresas do setor precisariam investir US$ 132 bilhões ao longo de duas décadas.

Para o professor e especialista em Ecologia Industrial, Armando Caldeira, a bioeconomia é um dos pilares da chamada economia circular, que busca utilizar de forma mais eficiente os produtos biológicos e evitar desperdícios na cadeia produtiva.

“A bioeconomia está cada vez mais inserida em um processo dinâmico de economia circular. A economia circular é capaz de transformar materiais e equipamentos que estão no fim de vida útil em fonte de matéria-prima para outros setores da economia ou para o mesmo setor. Isso traz uma série de vantagens econômicas, sociais e ambientais quando promovemos a circularidade da economia”, explica Caldeira.

Ele ressalta que todos os setores que utilizam carbono como insumo podem tornar sua produção menos poluente.

“Quando pensamos na bioeconomia com a utilização de carbono verde, proveniente do ar e incorporado pelas plantas, existem diversos setores econômicos que se beneficiam, incluindo alimentos, polímeros utilizados em tintas, energia e setor farmacêutico”, lista.

No entendimento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), uma das prioridades para impulsionar a bioeconomia no Brasil está no aprimoramento da legislação, tanto em relação às normas sobre o uso da biodiversidade quanto para inovação e propriedade intelectual.

Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei (PLP 150/22) que propõe a criação de uma política nacional para desenvolver a bioeconomia no Brasil, estabelecendo princípios, diretrizes e instrumentos para o setor. O projeto tem como autores os deputados Da Vitória (PP-ES), Francisco Jr. (PSD-GO), Zé Vitor (PL-MG) e Dr. Luiz Ovando (PP-MS), que fazem parte do Centro de Estudos e Debates Estratégicos (CEDES) da Câmara.

Segundo o deputado Da Vitória, a aprovação desse projeto é necessária para impulsionar a recuperação econômica e a criação de empregos, especialmente no contexto pós-pandemia.

“Realizamos uma extensa pesquisa sobre diversos estímulos ao desenvolvimento produtivo, que são elementos essenciais para a recuperação econômica pós-pandemia. Analisamos uma forma de retomar o desenvolvimento sustentável do país e tivemos a ideia de criar uma política nacional de bioeconomia que estimule essa recuperação econômica”, argumenta o deputado.

Ele destaca que a legislação funcionaria como um guia para que as empresas possam planejar ações voltadas para a bioeconomia.

“O projeto estabelece uma ampla linha de normas que abrangem todos os órgãos necessários, alterando as regras existentes e estabelecendo um plano específico. Nós reunimos toda a legislação, fizemos alterações e propusemos uma padronização de comportamento para que as empresas e empreendedores possam se desenvolver de forma sustentável e alinhada com uma política de bioeconomia”, acrescenta.

O PLP 150/22 prevê que a governança da Política Nacional da Bioeconomia ficará a cargo do Conselho Setorial da Bioeconomia (CNBio). Outro órgão, chamado de Estratégia Nacional da Bioeconomia (Enbio), será responsável por indicar as propostas de objetivos, ações e indicadores de eficácia e efetividade. Além disso, o Sistema Nacional de Informações sobre a Bioeconomia (Sinbio) terá como função integrar informações econômicas, como oportunidades de mercado e novas tecnologias.

Atualmente, o projeto aguarda parecer do relator na Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados.

Foto de Capa: Marcelo Camargo|Agência Brasil

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