Em dois anos teremos eleições presidenciais. Pode parecer muito tempo, mas em política as coisas acontecem num ritmo próprio. O fato é que começam a surgir candidatos, mesmo que ainda no campo da especulação.
A pergunta que temos de fazer como brasileiros é: quem está realmente interessado em fazer algo pelo país e quem quer apenas ter ascensão política e criar um embate com o atual governo. É preciso pensar na população e no que é necessário para o Brasil voltar ao necessário ritmo de crescimento econômico, com renda, emprego e preocupação com as pessoas.
Caso o cenário das especulações dos possíveis candidatos se confirme, o Brasil corre um grande risco. Afinal, não está claro que eles têm real interesse em trabalhar pelo povo e pelo país. O discurso é um, mas será que não querem apenas aparecer, confrontar o atual governo, sem se darem conta de que essa postura desgasta ainda mais o Brasil e não resolve nenhum dos muitos problemas do país?
O fato é que diante de tantas dúvidas a população está cansada de conversa fiada. Prova disso é o alto índice de abstenção nas eleições municipais de novembro. Em boa parte das capitais, o povo preferiu simplesmente não votar a fazer parte de um processo no qual não acredita mais.
Em São Paulo, são 12,5 milhões de pessoas, das quais 8,8 milhões de eleitores. Na eleição municipal, a abstenção chegou a 30,8%. No Rio de Janeiro, 35,4% dos eleitores não compareceram às urnas.
Claro que a pandemia da Covid-19 também afastou as pessoas das eleições desse ano, mas os números são alarmantes e a explicação é clara: os políticos têm desapontado cada vez mais a população. Ao invés de apresentarem soluções para os problemas, apenas mostram desrespeito pelos eleitores, fazem o jogo político e não contribuem para o país avançar.
A classe política não aprende que tem de partir dela o processo de recuperação da confiança da população.
Enquanto isso não acontece, a cada eleição mais brasileiros desistem da política, perdem o ânimo e a esperança. O pano de fundo é que tudo apenas atrapalha o país, afetando o necessário crescimento econômico, a diminuição do desemprego, a melhoria da renda e tantos outros indicadores sociais importantes.