Por Antônio Novais Torres
A construção de uma barragem multiuso que atenda às necessidades socioeconômicas do município de Brumado e o abastecimento humano tem movimentado todos os seguimentos da sociedade na busca de soluções definitivas para sanar esse angustiante problema que tem afligido e atormentado a população brumadense, à iminência de um colapso do abastecimento d’água em 1998-1999 houve caos devido à falta de água, penalizando com maior intensidade, a pobreza que chegou a utilizar água contaminada, abrindo cacimbas às margens do rio-esgoto. (Rio do Antonio).
Diante dessa perspectiva desastrosa, os políticos de todos os matizes, representantes classistas e organizações sociais e da igreja, enfim, organizados, uniram-se em torno do objetivo de se fortalecer pela união e se dirigiram à Capital da República, centro das decisões político-administrativo e se avistaram com o Ministro Ciro Gomes – do Ministério da Integração Nacional, com seu secretário e com o técnico em recursos hídricos do ministério, expuseram a situação por que passa o município com relação à questão da água e a urgente necessidade das soluções.
Estamos esperançosos de que o ministro, pressionado pelas lideranças de políticos que nos representam no Parlamento Estadual e no Congresso Nacional, sejam sensíveis e essa reivindicação justa, prioritária, essencial e de vital importância para nossa população, a encare de forma positiva e a viabilizar, providências urgentes necessárias para o atendimento ao povo sedento de Brumado.
Todos, que lá estiveram avistando-se com o ministro e também os políticos que aqui receberam votos, trouxeram as explicações e os resultados das entrevistas e audiências, cada um esforçando-se para ser convincente de que houve realmente um grande avanço, pois o ministro comprometeu-se a levar o assunto ao conhecimento do Presidente e se empenhar a fim de que este, sensibilizado, dê prioridade a esta causa de suma importância para Brumado e região – a promessa do ministro Ciro Gomes da Integração Nacional é estimuladora.
Na igreja São Cristóvão, o pároco daquela comunidade, em missa dominical, em seu sermão, explicara para a comunidade sobre o andamento das negociações relativas à construção da barragem, explanando sobre a luta, a participação e o envolvimento de todos, também, através da representação da igreja, no consenso desse objetivo.
Falou da importância da cidadania, da necessidade da organização do povo em reivindicar os seus direitos, que as mudanças e as conquistas sociais só se conseguem com essa consciência e, em assim sendo, surge a perspectiva alvissareira de que a barragem seja realmente construída, fazendo uma exposição dos benefícios que adviriam da mesma, como incremento da agricultura, fortalecimento do comércio e da indústria, ofertando melhoria de vida com a distribuição de renda e novas oportunidades de empregos e demais considerações.
Um indivíduo que estava assistindo à missa, ainda alcoolizado da pândega da noite anterior, fez a sua análise do sermão do padre. Comentou em voz alta e maçada, característica dos ébrios, fazendo a seguinte observação: “Agora boto fé, ou vai ou racha”.
Pelos cálculos da comunidade , já são três as promessas da construção da barragem: a de Geddel, a de Eduardo com um grupo que está colhendo assinaturas do povo e a que conta com o apoio da Igreja − das três, uma vinga. Com certeza é a da igreja que conta com a ajuda de Deus e todos os santos.
Acreditemos não no prognóstico do bêbado, mas no empenho do ministro que solicitou não se criarem expectativas imediatas para não frustrar a população e que se leve imediatamente ao presidente Lula os anseios e as reivindicações do povo brumadense, e ele autorize a liberação dos recursos para atendimento a uma população que vive angustiada, temerosa, de novamente vir a sofrer o desabastecimento d’água, deixando o povo em desespero num sofrimento torturante, por falta do compromisso com políticas públicas que atendam às prioridades básicas da sociedade.
A água e saneamento básico para Brumado são necessidades imprescindíveis à sobrevivência, à saúde humana que transcendem a qualquer interesse da politica partidária e ideológica. Não há motivo para os governos se colocarem em direção oposta aos interesses coletivos para atenderem a interesses eleitoreiros e escusos de grupos econômicos e políticos que visam se locupletar no exercício do mandato – muitos fazendo caixa, usufruto da corrupção, para comprar um novo mandato, o que não é incomum entre os profissionais desonestos da política.
Que os esforços esforços da representação social brumadense não tenham sido em vão e que os governos Federal e Estadual façam justiça e resgatem a concretização do sonho de uma população que tem sido torturada pelo descaso e omissão dos poderes públicos. Essa obra representa a redenção do progresso e do desenvolvimento do município e região, que não recebem a contrapartida dos impostos recolhidos, portanto uma reivindicação justa e prioritária.
Brumado merece e deve ser ouvida, entretanto é preciso persistência e insistência com intensidade suficiente para não deixar dormitar, nas gavetas do ministério, a promessa e o compromisso de realizar essa obra.
Infelizmente o ministro e promessa de levar à análise do presidente, e fazer-lhe ciente dessa necessidade, entretanto se esqueceram de Brumado, a salvação foi o governo do Estado, na pessoa do governador Paulo Souto, que assumiu a construção da barragem, em menor dimensão às custas do governo estadual.