Seus pais viviam para servir.
Viajavam pelo mundo ajudando desconhecidos em ações humanitárias.
Ligados a uma ONG internacional, recolhiam dinheiro, construíam escolas, igrejas, levavam água a comunidades que nada tinham.
Voltavam à sua base e continuavam trabalhando.
Foi nesse contexto que Ela nasceu.
Linda e sorridente, chamava de amigo gente de várias partes do mundo.
Cada aniversário comemorava em um lugar diferente.
A passeio?
Não.
A trabalho.
Estava servindo.
Levando àqueles que nada tinham motivos para sorrir.
Foi quando descobriu o seu jeito particular de fazer as coisas.
Aprendeu, aqui e ali, a fazer bonecas. Desenvolveu técnica, ajuntou material, ensinou pessoas.
E, hoje, enquanto seus pais levam água e escola, ela espalha brinquedos.
Enquanto cresce, com suas pequenas mãozinhas, costura miniaturas de gente para fazer sorrirem crianças como ela.
Fico imaginando o que fará quando suas mãos forem grandes.
Quem faz hoje com o que tem, assim como é, fará sempre grande, sempre mais.