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Setembro Amarelo: Qual a melhor forma de ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade para o suicídio?

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Por Ascom/ UniFTC

 

O suicídio é considerado uma questão de saúde pública em todo o mundo. Dados dão conta que cerca de 12 mil suicídios são registrados todos os anos no Brasil,  sendo a segunda maior causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos. No contexto da pandemia, esta realidade ficou ainda mais evidenciada. Com distanciamento social obrigatório, o aumento de doenças relacionadas à saúde mental na população passou a ser recorrente, principalmente em quem já possuía fatores preexistentes.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é possível reduzir estes dados alarmantes, já que o auxílio de profissionais de saúde mental poderia ser o suficiente para evitar 90% dos casos. Isso ocorre porque a maioria deles são decorrentes de doenças psicológicas não tratadas, pois as pessoas sequer sabem que precisam de ajuda.

Para prevenir e combater o suicídio, o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) realizam a campanha Setembro Amarelo desde 2014 no Brasil. O mês foi escolhido por conta do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro). Através de campanhas de conscientização e ações como a iluminação dos principais cartões postais do país, a campanha volta as atenções para este tema que ainda é considerado um tabu.

A psicóloga Maíbe Garrido, professora do curso de Psicologia do Centro Universitário UniFTC de Salvador, explica que é preciso conscientizar, desmistificar e prevenir o suicídio, além de ampliar a discussão sobre os transtornos mentais, que na grande maioria das vezes estão relacionados, como a depressão e transtorno bipolar. “É necessário auxiliar a sociedade a compreender, a ter mais empatia e a ajudar na identificação dos casos entre seus familiares e amigos, estimulando a busca por tratamento”, destaca.

Ela afirma que é bastante comum que, antes de cometer suicídio,  a pessoa mande sinais de alerta, seja através de comentários sobre o desejo de morrer ou mudanças de comportamento e sinais de depressão, como, por exemplo, isolamento, tristeza excessiva e desinteresse no autocuidado. “Ao perceber sinais de que a pessoa está pensando em suicídio, o tema deve ser abordado abertamente, sempre com atitude de acolhimento. Muita gente pensa que não deve perguntar se a pessoa está pensando em se matar porque isso pode induzi-la ao suicídio, mas isso é um mito.  Ouvir com atenção e fazer perguntas abertas para deixar a própria pessoa se expressar são ótimas atitudes”, explica.

Ainda de acordo com a especialista, uma dica muito importante é nunca julgar o sofrimento da pessoa e nem comparar o sofrimento dela com outros sofrimentos com comentários como “Eu já passei coisa pior” ou “Isso é bobagem”. Uma das principais formas de ajudar pessoas com ideações suicidas é incentivar a busca por ajuda profissional. Algumas redes de apoio estão disponíveis à população, a exemplo do próprio CVV, que atende gratuitamente 24 horas no telefone 188, através de ligação sigilosa.

“Devemos estimular a busca por tratamento psicológico e médico, podendo nos oferecer para agendar e acompanhar. Se pensar que a pessoa está em perigo imediato, não devemos deixá-la sozinha. É importante se certificar também que ela não tenha acesso a meios para provocar a própria morte em casa como armas de fogo, pesticidas ou medicamentos”, afirma. “Pessoas em sofrimento, com e sem risco de suicídio, estão todos os dias ao nosso redor, e prestar um pouco da nossa solidariedade pode fazer toda diferença”, reforça Maíbe Garrido.

 

Foto de Capa: Divulgação.

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