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Setor produtivo investe R$ 15 milhões em projetos voltados para a Internet das Coisas

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Por Camila Costa

Para tornar a indústria 4.0 acessível a todos no País, um dos caminhos é o do investimento. Pensado para fomentar projetos e novas ideias ligadas ao mundo digital, o Edital de Inovação da Indústria abre uma chamada específica para financiar propostas que se proponham a aplicar a internet das coisas no processo produtivo. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) se juntaram para destinar R$ 15 milhões às empresas que apresentarem projetos inovadores que estejam em sintonia com o edital.

Internet das Coisas é o conceito do poder da tecnologia em conectar as pessoas com tudo por meio da internet. Seja com outras pessoas ou com objetos. Fusão do “mundo real” com o “mundo digital”, fazendo com que o indivíduo possa estar em constante comunicação e interação. Este Edital de Inovação priorizará os segmentos das indústrias automotiva, têxtil, mineradora e de óleo e gás. As empresas ou consórcios interessados em participar da chamada devem apresentar um plano de inovação com a proposta detalhada de montagem e operação das experiências. Cada projeto terá financiamento mínimo de R$ 1 milhão, dos quais serão destinados recursos não-reembolsáveis que poderão chegar a 50% dos itens financiáveis.

Os valores vão ser investidos na construção de ambientes de testes de soluções tecnológicas (testbeds), plataformas estruturadas em ambientes controlados que reproduzem um cenário real. Os recursos serão aplicados, por exemplo, em obras de infraestrutura de laboratórios, na compra de equipamentos nacionais, importados e de softwares, na remuneração da equipe, entre outras despesas necessárias para a realização dos projetos.

A contrapartida das empresas poderá ser por meio de outros instrumentos de crédito do BNDES ou de parceria com os Institutos SENAI de Inovação. A ideia do edital partiu de um estudo financiado pelo banco para a implantação dessa tecnologia no Brasil. O levantamento verificou o potencial aumento na produtividade, o que pode alavancar a lucratividade das indústrias. O impacto econômico estimado no país é de US$ 50 a 200 bilhões por ano, valor que representa cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo o gerente de Operações do SENAI, Gustavo Leal, o Edital de Inovação ajuda empresas há mais de 10 anos e, com este novo aporte, quer otimizar a produtividade no Brasil, por meio da incorporação de novas tecnologias, como a Internet das Coisas. “É muito importante para a indústria brasileira a incorporação. Uma enorme oportunidade de aumento de produtividade e muitas das empresas ainda desconhecem isso. Então, o objetivo desta chamada específica é exatamente difundir o uso dessas tecnologias no processo produtivo das empresas”, explica.

Diversas consultorias têm estimado os impactos que o avanço da digitalização da economia poderá ter sobre a competitividade. A Accenture, por exemplo, estima que a implementação das tecnologias ligadas à Internet das Coisas, nos diversos setores da economia, deverá impactar o PIB brasileiro em aproximadamente US$ 39 bilhões, até 2030. O ganho pode alcançar US$ 210 bilhões, caso o País crie condições para acelerar a absorção das tecnologias relacionadas, o que dependerá de melhorias no ambiente de negócios, na infraestrutura, nos programas de difusão tecnológica, no aperfeiçoamento regulatório e na qualificação profissional. Leia mais sobre novas tecnologias aqui.

Segundo o professor da Universidade de Brasília Antônio Isidro Filho, especialista em Núcleo inovação e estratégia, a Internet das Coisas permitirá maior conectividades das pessoas, com melhor uso de recursos e maior assertividade nas tomadas de decisões. “Se você tem vários sistemas que são interconectados dentro de um empresa você poderá ter condições de ter números indicadores de vão te ajudar na melhor alocação de recursos, melhor hora de contratar, melhor hora de fazer aquisição com fornecedor, melhor hora de aumentar a produtividade, melhor hora de diminuir um pouco a produção caso o mercado não esteja absorvendo, isso é um exemplo de como as tecnologias estão impactando as relações de mercado e as relações no mercado”, afirma o pesquisador.

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