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Silencioso, câncer de ovário requer atenção e monitoramento

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Por: Melina Barile

 

egundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 6.650 casos novos de câncer de ovário para o triênio 2020-2022 no Brasil. Esse valor corresponde aproximadamente a 6,18 novos casos em cada 100 mil mulheres. Este tipo de câncer é uma das neoplasias ginecológicas mais comuns, ficando atrás apenas do câncer do colo do útero. No entanto, a maioria das pacientes descobre a doença quando já está em estágio mais avançado devido à inespecificidade dos sintomas.

A oncologista da Doctoralia, Dra. Vivian S. Coski, fala em uma entrevista sobre a importância da rotina de exames e os principais sinais que devem ser observados com atenção.

 

Por que o câncer de ovário é considerado silencioso?

 

Dra. Vivian: Quando o câncer de ovário começa a apresentar sinais pode significar que ele já está no estágio avançado, já que os sintomas costumam ser inexistentes ou inespecíficos na fase inicial da doença. É comum que muitas pacientes se confundam com refluxo, com infecções urinárias e até mesmo gastrite.

Uma pesquisa realizada pela Instituição Target Ovarian Cancer, do Reino Unido, em fevereiro deste ano, revelou que ao menos dois terços das mulheres desconhecem os principais sintomas relacionados ao câncer de ovário. Por isso é tão importante a conscientização para que o diagnóstico seja feito precocemente e as chances de cura aumentem com o tratamento assertivo.

 

Quais são os principais sintomas aos quais as pacientes devem ficar atentas?

Dra. Vivian: As pacientes devem prestar atenção principalmente no aumento do volume abdominal sem causa aparente, alterações urinárias sem um motivo específico, problemas digestivos, aumento do volume do abdômen, dor abdominal, sensação de vontade de urinar frequente e sangramento vaginal.

 

Há como prevenir o câncer de ovário?

Dra. Vivian: Quando se fala de prevenção, falamos do controle dos fatores de risco. Existe uma forma de prevenção primária que é quando passamos a cuidar do nosso estilo de vida, ou seja, fazer atividades físicas, não ser sedentário, parar de fumar se for o caso e, é claro, ter uma alimentação adequada. Uma forma de prevenção secundária seria aquela em que pacientes com histórico de câncer de ovário e/ou câncer de mama na família fazem checkups oncológicos anualmente.

 

O que pode aumentar o risco de câncer de ovário?

Dra. Vivian: Sabemos que os principais fatores de risco são idade avançada, nuliparidade (quando não há procriação), menopausa tardia e a menarca precoce, ou seja, algum fator hormonal, síndromes genéticas, histórico de endometriose e de tratamentos de radioterapia na região da pelve.

 

Há possibilidade do cisto no ovário se tornar um câncer? Se sim, por quê?

Dra. Vivian: Isso vai depender do tipo de cisto. Se for um cisto simples, não há esse risco. Mas se for um cisto complexo, com uma parte sólida, existe a possibilidade de que se transforme em um câncer. Portanto, o diagnóstico de um cisto no ovário precisa ser muito bem acompanhado com exames como o ultrassom transvaginal para checar se há risco de evoluir para câncer.

 

Para aquelas que estão finalizando o tratamento do câncer de ovário, deve haver cuidados especiais pós-tratamento?

Dra. Vivian: Os especialistas consideram o paciente curado quando, após cinco anos do fim do tratamento, não há sinais da volta do câncer. Por isso, para aquelas que finalizaram ou estão finalizando o tratamento de câncer de ovário é de vital importância que haja uma rotina de exames, de acordo com a orientação do médico especialista, para monitorar uma possível volta do tumor ou não.

 

 

 

 

Foto da capa: Divulgação/ EcoDebate

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