Estudo fala sobre a relação entre os três principais sistemas do corpo humano e o processo de geração e identificação da dor.
Por: Victor Silva
De acordo com um dos autores do artigo, o médico ortopedista Luiz Felipe Carvalho que vem se destacando no acompanhamento de atletas famosos com o tratamento através da medicina regenerativa, as conclusões do estudo podem ser utilizadas “para avaliar e atentar o quanto que a dor interfere na alta performance, interferindo no rendimento, mostrando o quanto o atleta fica suscetível e vulnerável quando está com dor”, disse.
Conforme o estudo, a dor, apesar de não ser uma sensação desejada, possui um importante papel fisiológico e foi essencial para a sobrevivência e evolução da raça humana, ela é a responsável por alertar nosso cérebro sobre alterações na integridade física e ajudar a identificar e tratar problemas.
No entanto, apesar de seu importante papel, em situações específicas o controle da dor é necessário, para isso, um dos principais focos das pesquisas é o papel do sistema neuro-imuno-endócrino como um mecanismo importante no processo de formação da dor.
Afinal, o que é a dor?
“A dor é definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano real ou potencial, ou descrita em termos de tal dano. A dor é sempre subjetiva, e todos aprendem a usar a palavra por meio de sua própria experiência”, afirma o artigo.
Apesar de ressaltar a importância da dor na detecção e percepção de problemas no corpo, o estudo também chama a atenção para a sua presença de forma persistente, que pode trazer malefícios à qualidade de vida, convívio social e vida profissional.
Diversas pesquisas científicas têm mostrado cada vez mais as complexas relações entre os sistemas nervoso, endócrino e imunológico em relação à dor.
“Essa regulação é mediada por complexas redes de sinalização que existem na comunicação entre três sistemas que geram mediadores biológicos que interagem e/ou influenciam os componentes celulares da resposta imune”.
A importância da dor para nossa sobrevivência
A dor pode ser vista como um sintoma terrível e maléfico à saúde, entretanto, ela funciona como um sinal de alerta, como um sentido, sua ausência dificulta a identificação de doenças e riscos à saúde.
Apesar de ser relacionada a doenças, a dor não é uma doença específica e sim uma forma do corpo responder a traumas e agentes patógenos.
“A dor não é uma doença, mas sim um sintoma específico que, embora comum a muitas doenças, têm a capacidade de induzir agressões intensas, levando a uma série de consequências desagradáveis, é a manifestação da maioria das condições […] Desde 1984, Blalock se refere ao sistema imunológico como um “sexto sentido” orgânico que recebe informações do ambiente e as disponibiliza aos sentidos do cérebro.
[…] A dor é importante porque através dela os sinais de alerta de perigo iminente são percebidos e, portanto, relacionados à proteção do organismo, mostrando limites intransponíveis”. Relação entre o sistema imune e a dor, devido à sua função de defesa do organismo, o sistema imune tem relação direta com a resposta da dor a ameaças à integridade física.
“Uma melhor compreensão de como o sistema imunológico influencia a persistência da dor crônica é fundamental para encontrar respostas para a ineficácia dos tratamentos atuais, entender as causas da refratariedade em grande número de pacientes e encontrar novos alvos terapêuticos”.
Relação entre o sistema endócrino e a dor
O sistema endócrino é responsável pela produção de hormônios que regulam as funções metabólicas do organismo, funciona em sintonia com o sistema nervoso central, portanto, também possui uma estreita relação com as respostas de dor.
“A conexão entre os sistemas nervoso, endócrino e imunológico se dá por meio do eixo HPA, que é controlado pelo hormônio liberador de corticotropina e pela vasopressina secretada pelo hipotálamo […] o processamento da dor consiste em uma série de eventos químicos desencadeados por estímulos térmicos, mecânicos ou químicos positivos que ativam as terminações nervosas das fibras sensoriais circundantes”.
Os estudos acerca da dor e sobre seu surgimento e assimilação pelo organismo têm evoluído bastante, mas ainda há muito a ser esclarecido sobre esse processo.
“A dor é um dos maiores desafios que a ciência enfrenta atualmente. A apresentação da dor tornou-se um dos aspectos mais estudados pelos profissionais de saúde, com contribuições de profissionais das mais diversas áreas para desenvolver uma abordagem multidisciplinar”.
Dr. Luiz Felipe Carvalho é ortopedista especialista em coluna vertebral e medicina regenerativa. Já tratou grandes atletas como o tenista uruguaio Pablo Cuevas, o jogador de futebol Rodrigo Dourado e o Ferreirinha do Grêmio. Além do tenista Argentino naturalizado Uruguaio Pablo Cuevas que faz tratamento com célula tronco desde 2017 melhorando muito sua performance avançando no ranking desde então.
O Gaúcho possui um profundo conhecimento sobre os modernos procedimentos cirúrgicos da coluna vertebral e também trabalha com técnicas minimamente invasivas. É diplomado pela Academia Americana de Medicina Regenerativa (AABRM), e pelo grupo Latino Americano ORTHOREGEN. Atualmente está estruturando o serviço de Medicina Regenerativa no Blanc Hospital em São Paulo.