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Sobre Justiça, Respeito e Gratidão

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Lembrei-me da música “A ordem do inverso” quando vi a reportagem sobre o primeiro transplante de coração do mundo. O Brasil parece ser mesmo o país do tanto faz, o que é correto já não vale mais, pelo visto roubaram SIM a imparcialidade da impressa, mas do simples cidadão a consciência, ainda não.

Veja como se encontra a “imparcialidade da imprensa” nessa reportagem do fantástico em comemoração aos 50 anos do 1º transplante de coração em humanos, do dia 03/12/2017. A matéria pode ser revista em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2017/12/primeiro-transplante-de-coracao-entre-humanos-era-realizado-ha-50-anos.html.

Cristiaan Barnard, o médico sul africano que realizou o primeiro transplante de coração em humanos no mundo foi apresentado como “Um cirurgião muito ambicioso, sem controles éticos tão rígidos como os americanos e disposto a tudo”. Será que essa referencia a ele é justa? Respeitamos a sua memória? Isso está correto ou tanto faz?

O chefe de cirurgia cardiotorácica da Universidade de Cabo, Peter Zilla, diz que Cristiaan Barnard era um “médico muito dedicado, extremamente detalhista e que cuidava muito de perto dos pacientes, mesmo que tivesse que ficar até meia noite”. Atitude talvez de um homem responsável e comprometido com o seu trabalho.

O médico estudou nos Estados Unidos, na vanguarda dos testes para transplante de coração, mas  não era um dos favoritos a realizar esse trabalho. No entanto, no dia 02 de dezembro de 1967 o Dr. Cristiaan Barnard teve uma oportunidade e fez o primeiro transplante de coração entre seres humanos do mundo. 

Peter Zilla aporta que acha errado dizer que ele simplesmente copiou o trabalho dos americanos. O que me parece obvio já que nunca ninguém tinha feito o mesmo. Pelo visto ele estudou, se preparou e aproveitou a oportunidade, ousou, teve iniciativa e fez acontecer. Isso não seria um ato de coragem e de amor ao próximo tentando salvar vidas? O que de fato ele fez de errado? Não deveríamos ser pelo menos gratos a esse médico? Mas o que se entende por “Gratidão” no Brasil do tanto faz?

Talvez os “ambiciosos” sejam aqueles que não conseguiram fazer o que ele fez e a inveja tenha prevalecido.  Dr. Cristiaan declarou: “Você não imagina a solidão que senti (no momento que retirou o coração do paciente), eu tinha que resolver sozinho”, um sentimento talvez de medo que ele teve que superar pra ir em frente.  Também confessou que 18 dias depois ficou destruído com a morte do paciente e chorou muito. O que pode indicar ser um médico humano, bom e sensível.

Mesmo o repórter que chama o médico de “bonitão” e que enfocou até um caso que ele possa ter tido, aporta que a atitude do mesmo mexeu profundamente com os médicos de outros países e provavelmente do Brasil também. Como estão os que o julgam assim? Movidos por seus interesses e corrompidos pela inveja? O que é correto precisa valer no Brasil em todos os âmbitos. A imparcialidade da imprensa pode ter sido roubada, mas do simples cidadão a consciência, AINDA NÃO. Só precisamos refletir!

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