95% das crianças de dois a quatro anos consomem alimentos ultraprocessados como biscoito recheado
por Daniela Gomes|Agência Brasil
A obesidade em crianças e adolescentes pode ser causada por diversos fatores, incluindo condições genéticas e comportamentais, de acordo com informações do Ministério da Saúde. O relatório público do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional mostra que até setembro de 2022, mais de 340 mil crianças entre 5 e 10 anos foram diagnosticadas com obesidade na Atenção Primária à Saúde.
Esses números aumentam os riscos de desenvolvimento de doenças graves, conforme destacado pela nutricionista Juliana Carricondo. A obesidade infantil é uma condição complexa, influenciada por vários fatores, e pode ser a porta de entrada para problemas de saúde como hipertensão, colesterol alto, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias.
No Distrito Federal, segue-se a tendência nacional. De acordo com boletim divulgado pela Secretaria de Saúde, houve um aumento nos índices de sobrepeso em todas as faixas etárias nos últimos anos. A porcentagem de crianças de zero a cinco anos com excesso de peso subiu de 7,9% em 2020 para 8,2% em 2021. Já entre as crianças de cinco a dez anos, o índice aumentou de 27,9% para 33,4%.
O documento revela que o consumo de bebidas açucaradas por crianças de seis a 23 meses chega a 19%, enquanto o consumo de alimentos ultraprocessados atinge 33%. Na faixa etária de dois a quatro anos, esses números aumentam para 69% e 95%, respectivamente. Esses valores superam a média nacional de 91% de ingestão de alimentos como refrigerantes, biscoitos recheados e macarrão instantâneo.
Juliana Carricondo, também gerente de Nutrição da Secretaria de Saúde do DF, destaca os esforços da gestão para melhorar essa situação por meio de diálogos com as famílias. Uma abordagem é usar a criatividade no preparo das refeições das crianças.
É importante cuidar da alimentação das crianças e os pais podem contribuir oferecendo bons exemplos. As crianças aprendem mais ao observar o que os adultos fazem do que ouvindo o que dizem. Portanto, os pais podem servir pratos diversificados e coloridos, com a inclusão de legumes e verduras, pois a criança se sentirá estimulada a imitar o que os adultos estão fazendo. Outra estratégia é variar as formas de preparo dos alimentos.