Algumas pessoas tem a incrível capacidade de fazer tempestade em copo d’agua.
Qualquer motivo é suficiente para guerrear, espernear e passar dias lutando, produzindo
ventos, raios e trovões.
Gente desse tipo marca de encontrar o namorado no shopping e ao chegar vê que ele está
conversando animadamente com uma bela moça.
Caso a pessoa não seja adepta a tempestades, se aproxima, é apresentada à antiga colega, se
despedem e a moça segue seu caminho e eles também.
Fim.
Agora, se a pessoa em questão, a do sexo feminino que acaba de encontrar o namorado
papeando, gostar de uma tormenta, minha gente…
Ela pode tomar algumas atitudes:
Pode fazer uma tempestade interna, externa particular ou, ainda, externa pública.
Na tempestade interna, comporta-se como se de tempestade não fosse adepta, mas na sua
cabeça cria possibilidades mil e, ao chegar à casa, passa a noite na internet tentando descobrir
quem é a moça e qual sua relação com o namorado.
Tudo sozinha, no máximo conta para a amiga.
O namorado não fica sabendo, muito menos a moça.
Na tempestade externa particular, na frente da moça, comporta-se como uma dama, mas
quando aquela que até então era desconhecida vira as costas, minha gente! O rapaz primeiro
passa por um detalhado interrogatório, a vida da moça começa a ser investigada na mesa do
restaurante e eles brigam semanas por conta do encontro casual.
Agora, a pior de todas, com certeza, é a tempestade externa pública!
Nela a confusão é feita na presença e com a própria desconhecida. A tempestuosa já chega
dando voadora e as consequências geralmente são funestas.
Por isso, para um dia de sol, bonito como o de hoje, aposte na brisa suave.
Caso encontre 300ml de água, beba enquanto estiver gelada e largue mão de ser profissional
da tempestade em copo d’agua ou você vai acabar se afogando!
Vivi Antunes é ajuntadora de letrinhas e assim o faz às segundas, quartas e sextas no www.viviantunes.wordpress.com