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Teste da pílula do câncer em humanos enfraquece a medicina no Brasil, segundo especialista

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O governador de São Paulo, Geraldo Alckimin (PSDB), anunciou na última quinta-feira (21) que estava autorizado no Estado os testes em humanos da chamada “pílula do câncer”, medicação que leva a fosfoetanolamina como princípio ativo na luta contra os tumores. A decisão veio após estudos in vitro e em animais, realizados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, não apontarem resultados satisfatórios.

Para o oncologista chefe do Instituto Aliança, em Brasília, Dr. Márcio Almeida, essa decisão bota em risco os estudos científicos no país. “Esse tipo de anúncio passa a imagem para a sociedade brasileira de que não há necessidade em confiar nas técnicas científicas no país. Se em todos os testes o resultado é negativo, e ainda assim um governante quer empurrar o teste para o próximo passo, por quê a população vai acreditar nos resultados? Isso enfraquece a medicina no Brasil.”

Para o médico, os pacientes que irão se submeter aos testes poderão se expor a um risco muito alto. “Estamos falando de uma substância que não teve nenhum resultado positivo em testes feitos anteriormente. Em alguns, chegou até mesmo a acelerar a progressão da doença. Os testes serão realizados sem nenhum embasamento científico.”

O Dr. Almeida também alerta para as consequências desse anúncio na sociedade. Segundo ele, a pressão popular já era muito forte antes. “Há a impressão de que está sendo feito para agradar a opinião pública, que não possui nenhum conhecimento científico. Há um risco de um frisson desnecessário, uma pressão em cima da classe médica que não precisaria existir.”

Segundo o oncologista, os resultados dos testes em humanos podem ajudar a mostrar a falta de eficácia do medicamento e acalmar a opinião pública. “Existe uma pressa para se justificar o uso da pílula. Com base nos resultados de outras etapas, temos confiança de que esse teste também não produzirá resultados. Como consequência, o assunto pode ser gasto para a sociedade, e, por fim, tirar o assunto da pauta pública.”

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