Estudo do CEAPE Brasil mostra crescimento da modalidade no público jovem e avanço para o setor de serviços
Por Ana Borges|Compliance Comunicação
O microcrédito produtivo orientado tem se tornado uma alternativa cada vez mais atrativa como forma de financiamento ao empreendedorismo para o público jovem. Além disso, o tíquete médio solicitado aumentou de forma significativa nos últimos anos, enquanto o produto se desloca do comércio para o setor de serviços. Estas são algumas das principais constatações de um estudo feito pelo Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos (CEAPE Brasil) junto à sua carteira de clientes. A instituição detectou um aumento de 38,5% no valor requisitado pelos clientes entre o primeiro semestre de 2019 e o mesmo período deste ano. No ano anterior ao surgimento da pandemia, a média dos pedidos variava em torno de R$ 4.811,97. Já nos seis primeiros meses de 2023 este valor médio saltou para R$ 6.667,79.
No que se refere ao tipo de uso ao qual se destina o empréstimo, o estudo mapeou uma queda de preferência para o setor de comércio em movimento inverso ao detectado em relação ao segmento de serviços. Em 2016, 86% dos pedidos tinham como objetivo subsidiar iniciativas voltadas ao comércio. No ano de 2029 este percentual baixou para 84% e em 2023 voltou a ser reduzido para 82%. Na direção contrária, os projetos relacionados à prestação de serviços viram sua participação crescer de apenas 2% em 2016 para 6% três anos depois e alcançou 8% neste ano.
“A combinação do aumento dos valores solicitados com o crescimento do setor de serviços parece refletir um amadurecimento do público com relação às possibilidades oferecidas pelo produto. Uma conclusão possível é a de que as pessoas estão começando a avaliar o microcrédito produtivo não mais apenas como um suporte para vender algo, mas sim como uma ferramenta para desenvolver um projeto de longo prazo com perspectivas de crescimento sustentável”. afirma a Diretora Executiva do CEAPE Brasil, Claudia Cisneiros.
A pesquisa detectou também um movimento significativo que projeta uma tendência de mudança na faixa etária dos clientes que recorrem a este tipo de recurso. Segundo o levantamento, o grupo de pessoas compreendidas entre as idades de 23 a 27 anos foi o que registrou um maior crescimento proporcional ao longo dos últimos anos. Em 2016, este público correspondia a apenas 1% dos contratos. Três anos depois já acumulava 5% e no primeiro semestre de 2023 foi constatado um total de 6% dos pedidos.
O segundo maior crescimento proporcional também aponta na direção do rejuvenescimento da carteira de clientes. O público compreendido entre 28 e 32 anos, respondia por 5% da carteira em 2016. Em 2019 chegou a 8% e neste ano já é responsável por 9% dos pedidos.
Enquanto isso, os clientes entre 73 e 100 anos foram reduzidos de 7% para 2% e os de 68 a 72 anos de 6% para 3% no mesmo intervalo de tempo.
“Acreditamos que as dificuldades impostas pela pandemia levaram a uma busca por alternativas diferentes de geração de emprego e renda. Neste sentido, os jovens vislumbraram no microcrédito produtivo uma alternativa para tirar ideias do papel. Uma vez que esses projetos começaram a ter sucesso, o produto passou a figurar cada vez mais fortemente como aliado para todos os momentos”, diz.
A pesquisa foi aplicada junto a uma base de 26 mil clientes do CEAPE Brasil espalhados pelos Estados do Maranhão, Tocantins, Pará e São Paulo.