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Tuberculose: unidades da Federação registram coeficiente de incidência superior ao nacional

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De acordo com o pneumologista Gerson de Almeida a tuberculose é uma doença infecciosa evitável, que conta com tratamento eficaz gratuito disponibilizado pelo SUS

 

 

Por: Sophia Stein/Brasil 61

 

 

Na última sexta-feira (24), o Ministério da Saúde lançou a Campanha Nacional de Combate à Tuberculose, que reforça a importância de medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento correto para a doença. De acordo com a pasta, mesmo sendo uma enfermidade com medidas de prevenção e tratamento gratuito disponíveis, em 2021 foram registrados 5 mil óbitos.

Junto com a campanha, o Ministério também lançou o novo boletim epidemiológico com dados atualizados atualizados sobre a TB. De acordo com o boletim, em 2022, as Unidades da Federação (UF) que apresentaram populações sob maior risco de adoecimento por TB foram Amazonas com 84,1 casos por 100 mil habitantes, Roraima com 75,9 casos por 100 mil habitantes e Rio de Janeiro com 68,6 casos por 100 mil habitantes.

Gerson de Almeida, pneumologista, conta que a TB é uma doença infectocontagiosa, que acomete principalmente os pulmões, mas pode atingir outros órgãos como a laringe, gânglios, sistema nervoso central, intestino, rins, entre outros.

“Segundo o Ministério da Saúde, em 2019 cerca de 10 milhões de pessoas desenvolveram a doença e 1,2 milhões de pessoas morreram. No Brasil, que está entre os 30 países do mundo com alta carga de tuberculose, a incidência da doença foi de 31,6 casos por 100 mil habitantes e de cerca de 4,5 mil mortes por ano”, relata o especialista.

O boletim aponta que, no Brasil, o coeficiente de mortalidade por tuberculose vinha se reduzindo há aproximadamente duas décadas, porém em 2021, essa tendência se reverteu. Foram registrados 5.072 mortes, gerando um coeficiente de 2,38 óbitos por TB por 100 mil habitantes. A última vez que o país registrou número de óbitos por TB superior a 5 mil foi em 2002.

Gerson de Almeida explica que a tuberculose é uma doença evitável, onde deve ser feita a identificação precoce de casos suspeitos e o tratamento correto de casos confirmados, pois estima-se que uma pessoa infectada pode transmitir a tuberculose para 10 ou 15 pessoas em um período de um ano.

“O SUS tem um programa de combate à tuberculose muito bem organizado, fornece tratamento eficaz e gratuito e quando a pessoa não trata, não identifica a doença e não controla, pode ter sequelas graves no pulmão e até mesmo morrer”, informa.

Sintomas

  • Tosse seca ou com secreção por mais de três semanas, podendo evoluir para tosse com pus ou sangue;
  • Cansaço excessivo e prostração;
  • Febre baixa geralmente no período da tarde;
  • Suor noturno;
  • Falta de apetite;
  • Emagrecimento acentuado;
  • Rouquidão.

Prevenção

O pneumologista orienta para que se possível evitar ambientes fechados, com má circulação de ar e má iluminação. Evitar estar em contato com pessoas que sabem que estão infectadas e transmitindo a doença, mas frisa que cerca de 15 dias após o início do tratamento, o paciente não transmite mais a doença.

“É importante que se alguém teve contato [com um infectado], deve procurar um serviço de saúde para fazer um rastreio da doença, pois essa pessoa pode estar com a doença ativa também transmitindo ou pode estar com a doença latente”, informa.

O médico ressalta também a importância da vacina BCG, que é dada na infância, pois a mesma previne contra as formas graves da doença como a tuberculose do sistema nervoso central.

Foto de capa: Freepik

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745