Independentemente de que partido seja o indiciado, o Brasil não pode ser administrado por elementos indecorosos ou que seja flagrado em conversas, combinações ou negócios ilícitos, como ficou sobejamente demonstrado nas gravações feitas por Joesley Batista-JBS com o presidente da República Michel Temer, em que o visitante foi recebido pelo presidente, na calada da noite, com a liberdade que sempre o empresário transitou nos descaminhos da República.
É muito decepcionante ao país, em tão pouco tempo, testemunhar os três últimos mandatários serem atingidos por graves denúncias de maus comportamentos no exercício presidencial. E aqueles que só viam defeitos nos representantes do PT, agora têm que conviver com as revelações bombásticas das relações promíscuas de Michel Temer com Joesley Batista.
O país precisa ser passado a limpo. A governabilidade positiva de qualquer dirigente ou o alegado resultado recuperador da economia não podem servir de pretexto para a sociedade contemporizar ou inocentar um presidente corrupto ou que não tenha se comportado com a decência esperada de um representante-mor da República.
Assim como e pelas razões jurídicas foi cassado o mandato de Dilma Rousseff, da mesma forma o Congresso Nacional tem que ter critério equânime para defenestrar Michel Temer. Pois pau que bate em Chico também tem que bater em Francisco.
Agora, o que é vergonhoso mesmo é o país assistir ao desplante pessoal de Michel Temer, ou através de sua tropa de choque, de sair a campo para cooptar partidos e políticos visando a compor maioria para impedir denúncia contra ele na Câmara, e tudo isso regado a troca espúria de favores, o famoso toma lá, dá cá: distribuição de verbas públicas e cargos a rodo.
E para completar a encardida safadeza, tem-se notícia de que Temer pretende exonerar ministros licenciados da Câmara para votar contra a denúncia na Casa. Aliás, os ministros licenciados da Câmara são todos biltres traidores dos eleitores, pois, depois que se elegeram, deram uma banana ao eleitor para servir ao governo.