Perguntas dos prefeitos ao governador foram encaminhadas pela entidade, em encontro online, que aconteceu nesta quinta-feira (26)
Por Carla Fonseca – Ascom/UPB
A solução para essa crise grave de enfrentamento ao novo coronavírus não vai ser municipal e sim regional. Esse foi o principal entendimento passado pelo governador Rui Costa, aos prefeitos baianos, em transmissão ao vivo, que aconteceu na manhã desta quinta-feira, 26. A segunda reunião virtual, que contou com cerca de 1500 participantes, entre prefeitos, secretários e técnicos municipais, teve apoio da União dos Municípios da Bahia – UPB. A entidade municipalista articulou a participação dos prefeitos, na convocação e no envio das perguntas dos gestores municipais respondidas pelo governador.
Rui enfatizou que “cada prefeito sozinho não vai conseguir garantir o atendimento que o cidadão precisa” e união é a palavra-chave, nesse momento. A opinião é compartilhada pelo presidente da UPB, vice-presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e prefeito de Bom Jesus da Lapa, Eures Ribeiro. “O governador está conduzindo essa situação de forma extremamente responsável. O momento é desafiador para todos e a nossa união está sendo determinante. Soluções regionais garantem melhores resultados para os cidadãos”, avaliou.
O governador solicitou que os prefeitos de cada região ou consórcios de saúde façam, até esta sexta-feira, dia 27, uma reunião virtual para que o governo possa ter uma referência de atendimento ou ponto de triagem e um local para específico recolher material a ser examinado em Salvador.
O governador disponibilizou os telefones de sua equipe para atendimento direto aos prefeitos. Rui Costa afirmou que está atuando regionalmente e usando os recursos disponíveis no momento. Secretaria de Infraestrutura (SEINFRA) – Marcus Cavalcanti (71) 3115 8505; Casa Civil – Carlos Melo (71) 3115 6513; Secretaria de Saúde – Cassio Garcia (71) 3115 9696; e Secretaria de Desenvolvimento Econômico – Paulo Guimarães (71) 3115 7831.
“O papel dos prefeitos e prefeitas da Bahia tem sido decisivo, com atitude firme e dedicada. A gente está se mantendo unido e, graças a isso, é que a Bahia está com uma média muito abaixo do Brasil e nós precisamos continuar assim. Todo mundo junto, governador, prefeitos e prefeitas de mão dadas ‘pela internet’ é que nós vamos chegar lá”, finalizou.
Entre os assuntos abordados nesta segunda reunião estiveram:
Medidas restritivas – o governador reforçou que respeita autonomia municipal, mas sugere que as restrições ocorram de maneira progressiva e gradativa de acordo com a evolução da doença no município e região;
Festas, filas e aglomeração de pessoas – evitar totalmente, ainda que os municípios não tenham casos. Manter a quarentena;
Policlínicas – estas não têm estruturas de emergência como as UPAs, então, neste momento, não há recomendação de uso das Policlínicas para atendimento a pacientes de coronavírus;
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) – governo fez compras destes equipamentos e está aguardando recebimento para enviar aos municípios. Se alguma cooperativa ou indústria do município estiver produzindo esses materiais, o gestor pode indicar ao governo para aquisição;
Bloqueio de rodovias – o governador é contra essa ação e pediu a compreensão dos prefeitos e prefeitas de não fecharem as rodovias estaduais, pois, assim, o governo terá que abrir. “Não podemos bloquear o fluxo de mercadorias para não entrarmos em colapso. Pode ser feita uma triagem, medir a temperatura de quem passa ali. Estamos enviando amanhã (27.03) máquinas que medem a temperatura. Fazer isso é válido”, disse;
Atendimento exclusivo – é necessário estruturar atendimentos exclusivos a pacientes de coronavírus e não colocar estes pacientes em hospitais municipais junto com outros, porque a chance de contaminação é muito alta e as pessoas internadas com outras doenças estão totalmente debilitadas. “A média mundial de infecção dos profissionais da saúde é de 12%. Na Itália 40% dos profissionais de saúde foram infectados. Eles, de forma inevitável, fazem o vírus circular rapidamente”, exemplificou;
Ativação de UPAs – será feito um “cinturão regional” para usar UPAs que estão prontas, mas não foram inauguradas. O governador disse que vai publicar ainda nesta quinta-feira, dia 26, a relação das UPAS a serem ativadas;
Exames – O estado vai buscar. É necessário que os prefeitos se organizem regionalmente e definam o município de retirada “precisamos unificar um locar para buscar os exames”. Todos os dias o governo vai buscar e trazer para Salvador.