O aspartame, adoçante atificial amplamente utilizado, continua gerando dúvidas e preocupações sobre seu consumo
por Jornal do Sudoeste
Muitas pessoas se questionam se o aspartame é prejudicial à saúde. A médica nutróloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, Andrea Pereira, destaca que qualquer substância consumida em excesso apresenta riscos. “As pessoas acham que, por ser um produto light ou diet, podem consumi-lo exageradamente, mas há riscos em tudo que é consumido em excesso”, avalia.
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou os resultados de um estudo realizado pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) e pelo Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares da Organização para Agricultura e Alimentação (JECFA), que classificaram o aspartame como possivelmente cancerígeno para os seres humanos. No entanto, foi considerado aceitável o limite atual de ingestão diária de 40 mg/kg de acordo com o peso corporal.
Para a especialista, essa classificação é mais um alerta para o uso excessivo do produto. “Não há uma recomendação formal para o uso de adoçantes. Podemos orientar os pacientes, especialmente os diabéticos, a utilizar adoçantes como uma estratégia para reduzir o consumo de açúcar, mas sempre com moderação e equilíbrio. Às vezes, vemos as pessoas exagerando no uso do adoçante, colocando várias gotas quando deveriam ser apenas 3 ou 4. Não adianta consumir o adoçante se for utilizado de forma exagerada”, ressalta Pereira.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) emitiu uma nota recomendando que a população evite o consumo do aspartame, após a inclusão do adoçante pela OMS em uma lista de substâncias “possivelmente cancerígenas”. O Inca analisou as evidências científicas relacionadas ao uso do aspartame e concluiu que a população deve optar por uma alimentação saudável, baseada em alimentos naturais e limitada em produtos ultraprocessados.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que, até o momento, não há alteração no perfil de segurança para o consumo de aspartame, mas continuará acompanhando atentamente os avanços científicos sobre o tema. A agência reguladora destaca que já estão em discussão alternativas para aprimorar as regras de declaração dos edulcorantes (substâncias que conferem sabor doce) e outros aditivos alimentares na lista de ingredientes. Além disso, estão sendo analisados requisitos de legibilidade para facilitar a identificação dessas substâncias nos alimentos.
O que é o aspartame?
A médica nutróloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, Andrea Pereira, explica que o aspartame é um adoçante artificial geralmente recomendado para pessoas com dificuldade de metabolizar o açúcar, como os diabéticos. “O adoçante é utilizado como uma estratégia para reduzir o consumo de açúcar”, afirma.
De acordo com a Anvisa, o aspartame é cerca de 200 vezes mais doce que o açúcar tradicional e é encontrado principalmente na indústria de bebidas e alimentos de baixa caloria. Na prática, o aspartame é um aditivo alimentar com as funções de edulcorante (adoçante) e realçador de sabor.