Especialista da fintech sergipana iCred elenca as vantagens e explica como fazer a organização de entrada e saída das finanças pessoais
Por: Giovana Macedo
No mais recente estudo do Serasa Experian, os dados indicaram que o Brasil alcançou o recorde de crescimento de pessoas em situação de inadimplência desde 2018, atingindo a marca de 70,1 milhões somente em janeiro de 2023. Na maioria das vezes, as entradas e saídas do dinheiro pessoal são vistas como algo corriqueiro, que não exige um planejamento contínuo. Porém, ter todas as movimentações documentadas pode influenciar na saúde financeira pessoal em diversos aspectos, tanto para entender os gastos quanto para não acabar caindo em dívidas.
Túlio Matos, sócio fundador da iCred, fintech sergipana que facilita o empréstimo pessoal e consignado, ressalta que o controle das despesas e receitas não demandam experiências em finanças, basta que a construção do planejamento do fluxo financeiro do caixa pessoal seja feito de acordo com a realidade de cada pessoa. “Todo mundo entende que a organização financeira é importante quando falamos de empresas, mas muitas pessoas não enxergam que a não supervisão do fluxo de dinheiro no âmbito pessoal também está rodeada de riscos. Além do mais, os registros tornam possível planejar e conquistar determinados objetivos mais rapidamente através da visualização das movimentações financeiras”, afirma Matos.
O especialista explica que existem dois tipos de fluxos de caixa mais utilizados pelas pessoas: o fluxo de caixa projetado, que basicamente analisa os ganhos e gastos futuros, no intuito de prevenir situações de risco; e o fluxo de caixa focado em investimentos, que analisa quais serão os gastos obrigatórios mensais e qual o valor será possível destinar para investimentos.
“O fluxo de caixa nada mais é do que uma análise dos dados financeiros que contribui para que a pessoa tenha uma visão ampla do presente e do futuro. O principal intuito é documentar o dinheiro que entra e sai. Porém, muitas pessoas confundem essa prática como algo exclusivamente empresarial e, a partir disso, têm a ideia equivocada de que é necessário uma grande renda e movimentação mensal para começar a investir no cuidado com a saúde financeira”, aponta Túlio Matos.
O especialista separou o passo a passo que mostra como é possível controlar esse “vai e vem” do dinheiro através do método da organização. Confira:
1 – Defina o método que será utilizado para os registros
Escolher qual será a ferramenta em que serão registradas as entradas e saídas do dinheiro pessoal é o primeiro passo. É importante ser um local de fácil acesso e visualização, como planilhas mensais, aplicativos de finanças pessoais, cadernos, entre outros. “O ideal é que seja uma plataforma que permita a anotação instantânea, no momento que os gastos e entradas de dinheiro foram realizadas, a fim de não deixar nenhum valor de fora do balanço mensal”, ressalta o especialista da fintech.
2 – Separe as categorias que fazem parte da sua rotina
A realidade de cada pessoa demanda gastos e rendas diferentes, portanto é importante categorizar quais serão os setores de movimentações financeiras durante o mês — mesmo que em alguma dessas categorias não aconteça nenhuma movimentação naquele período específico. Por exemplo, contas da casa, escola, pagamento do cartão de crédito, pagamento de dívidas, cuidados pessoais, transporte, alimentação etc.
3 – Calcule a média dos valores e comece a se planejar
A partir do momento que o fluxo de caixa pessoal se tornar visível, será possível avaliar uma média de valores gastos em cada uma das categorias. Com isso, chegou o momento de fazer uma média mensal de gastos e rendas, estipulando limites e objetivos. Observe as contas e reflita sobre possíveis despesas desnecessárias, que possam ser utilizadas para outros fins, como montar uma reserva de dinheiro para emergências ou investimentos.
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