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Viajar fica mais caro, mas gasto pode ser visto como investimento

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O economista Renan Gomes explica que alguns dos motivos para a alteração do preço das passagens aéreas ocorreram devido a alta nos preços dos combustíveis no mundo todo. E também questões inflacionárias, que agravaram ainda mais o bolso dos consumidores

Por: Sophia Stein/Brasil 61

Durante o período de férias, o desejo de viajar para um lugar novo aumenta, mas este ano, junto com o desejo, também aumentou o preço das passagens. O economista Renan Gomes, explica que alguns dos motivos para a alteração do preço das passagens aéreas foi devido a alta nos preços dos combustíveis no mundo todo, além de questões inflacionárias, o que afetou todo o mercado e não apenas companhias aéreas.

“Além disso, tem umas questões mais particulares para esse setor, que seria o caso de uma demanda reprimida. Durante o auge da pandemia, muita gente deixou de viajar e certamente postergou esse sonho da viagem para um momento em que a pandemia estivesse mais controlada. Houve também a necessidade de readequar voos durante a pandemia para momentos mais recentes”, comenta o especialista.

O agente de viagens e gerente comercial da Reserve Viagens e Turismo, Juracy Marques, diz que a procura por pacotes de viagens aumentou em relação ao mesmo período do ano passado, pois as pessoas ainda estavam muito inseguras com relação à pandemia de Covid-19.
Juracy diz que a alta nos preços das passagens influenciam bastante no valor dos pacotes, porém para ele, as pessoas estão entendendo cada vez mais que uma viagem não é um gasto, mas sim um investimento.

“Cada vez mais as pessoas estão enxergando que viajar não é um custo. Viajar é um investimento pessoal, porque a viagem lhe tranquiliza, tira o estresse, então cada vez mais as pessoas estão entendendo que viajar deixou de ser um custo para ser realmente um investimento. Um investimento para si, porque no final das contas  você volta de viagem, como se fosse recarregado. Então você vai produzir mais, você vai trabalhar melhor, você vai estudar melhor, porque você se deu esse tempo”, enfatiza.

O agente ressalta que para a Reserve Viagens e Turismo, o destino mais procurado e também mais caro é Jericoacoara (CE), pois apesar de não ser uma praia tão cara, é mais distante da capital o que acaba tornando o custo mais alto devido ao transporte. Os destinos mais baratos para a agência acabam sendo os mais pertos da capital, como a praia do Cumbuco (CE).

A estudante de Brasília, Renata Sousa, de 24 anos, pensou em viajar para Búzios (RJ), mas desistiu após procurar passagens e só encontrar valores elevados. “Surgiu uma oportunidade de viajar para Búzios, comecei a olhar passagens, mas o valor das passagens não estava compensando, estava extremamente caro e no final acabei desistindo e ficando por aqui mesmo”, completa.

O economista Renan Gomes também afirma que aspectos como preço do combustível, cotação do dólar e o processo inflacionário são fatores macroeconômicos que não possuem uma perspectiva de melhora em curto prazo. “A gente ainda tem uma pressão inflacionária alta, tanto que as taxas de juros estão bastante altas no Brasil e os preços dos combustíveis ainda oscilam bastante num patamar bastante elevado”, conclui.

De acordo com o Ministério do Turismo, estimativas da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) apontam um crescimento de 12,6% no número de novos voos para a temporada de verão, que ocorre entre dezembro de 2022 até março de 2023. Ao todo, o país deve contar com 163,3 mil voos a mais para o período. Entre as regiões que mais devem recebê-los estão o Sudeste, com 83,8 mil, o Nordeste, com 29,1 mil e o Centro-Oeste, com 22,6 mil.

Foto de capa: Rovena Rosa/Agência Brasil

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 744