Nós sabemos que nem sempre a terra, a vida e o ser humano são cuidados. Nem todos têm amor no coração. Nem sempre as nossas relações são de cooperação. A competição, a ganância, o egoísmo estão muito presente nas ações humanas.
A ternura e o cuidado nesse tempo da história se revelam como duas atitudes fundamentais, verdadeiros modos de ser. São atitudes de suma importância, porque estamos numa fase em que a vida sofre ameaças e que a terra, o ser humano, as crianças, os pobres precisam de mais cuidado.
Um autor chamado Teihard de Chardin sugere uma noosfera. O que significa? Noosfera significaria uma nova atitude dos seres humanos, caracterizada pelo espírito de comunhão e de amorização entre os humanos e deles para com a terra. Noosfera significa um tempo novo de mais amor, de mais comunhão, de mais cuidado entre nós e dos seres humanos para com a terra e com toda vida. Trata-se de um processo em curso, mas que precisa ser fomentado.
A vida é frágil e vulnerável. A atitude adequada para a vida é o cuidado, o respeito, a veneração, a ternura. Essas atitudes brotam da experiência do sagrado e da descoberta do mistério do universo. A mesma reverência que temos com Deus, podemos ter com a vida. O sagrado em nós vai despertando atitudes de cuidado, de respeito e amor. Atitudes agressivas, de morte e de competição não rimam com sagrado, com mistério, com Deus. A pessoa pode dizer que tem fé, que ama a Deus, mas se ela manifesta agressividade, intolerância, desrespeito, então há contradição. Se Deus é reverenciado, se Ele está de fato acima de todos, o amor, a acolhida, a construção do bem é o que motiva a todos.
É fundamental em nosso tempo a centralidade desse sentimento de amor para com tudo. Recuperar a lógica do coração e reinventar-se no amor. Não simplesmente permanecer na lógica fria, que busca fazer, acumular, competir, estragando a vida, o outro, o universo. A ternura e o cuidado podem estar mais presentes no que pensamos, dizemos e fazemos.