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Você já ouviu a expressão: “Jesus me fez um vencedor”?

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Essa expressão me faz pensar. O que “Jesus me fez um vencedor” significará para a vida de quem pronuncia? Num primeiro momento pode significar que com Jesus a vida vai bem, que eu posso caminhar confiante, que a vida está protegida e assim por diante. Essa compreensão é importante, mas ainda é muito pobre para o Jesus que encontramos na Bíblia. Para a compreensão clássica ou tradicional significa que a morte de Jesus pagou os nossos pecados. Jesus teve que morrer para que eu fosse libertado das culpas. Eu, você e todo mundo, no caso. Essa posição, no entanto, é questionada pela reflexão da teologia atual que questiona: será que Deus precisa ou precisou do sangue do seu Filho para nos libertar dos pecados? Então, o sangue da Cruz que foi o máximo da violência foi algo agradável a Deus? Seria o Deus amor um Deus sanguinário? Essas perguntas, por si mesmas, chocam e nos dizem que precisamos urgentemente encontrar uma resposta diferente da resposta clássica. Qual seja? De que Deus mandou seu Filho ao mundo para morrer por nós. Além disso, deduzimos como consequência de que a morte de Cruz foi querida por Deus. Ele quis que fosse assim. Tudo isso é terrível e choca o sentimento atual. Deus não pode querer o sangue para nos libertar. Não podemos consagrar o ponto mais alto da violência, que é fazer sofrer e matar o outro, como algo bom e positivo a quem quer que seja.

Claro que aqui se abre muita reflexão, mas eu quero propor o seguinte: Em Jesus eu sou um vencedor, não porque ele me salva dos pecados, apenas, mas porque ele me coloca em contato com aquilo que é humano. Humano é aquilo que está em todos e de certa forma, aproxima a todos. Todas as pessoas do mundo são humanas. O elemento “humano” está em todos e é comum a todos. Os seres humanos criam muitas diferenças entre eles. Vivem em lugares diferentes, línguas, cores, condição social e religiões diferentes, pensamentos, jeitos, compreensões da vida, partidos, modos de se apresentar e viver a vida diferentes. Tudo isso é ótimo, mas também cria paredes entre as pessoas, que impossibilita de aproximar-se. As diferenças, facilmente, nos afastam uns dos outros. Se Jesus me coloca em contacto com o humano que está em todos, então, ele é elo de ligação e de proximidade de todos com todos. Jesus me faz olhar além das aparências, das diferenças religiosas, do partido, do dinheiro que cada um tem ou não tem. Ele me coloca em contato com a humanidade do outro, numa atitude de compaixão e acolhida. Sem fazer diferenças Jesus me mostra o que é ser humano. O que significa olhar e amar o ser humano. Se ele aproxima, pela palavra e ação, todos com todos, então podemos dizer que ele é, de fato, o Salvador da humanidade.

Daqui já surgem várias consequências para perceber como, de verdade, Jesus nos faz vencedores. Vencedores, porque nos ensina o caminho da vida; nos faz plenamente humanos, porque nos coloca em contato com a humanidade dos outros e de todos; provoca verdadeira conversão, porque essa significa proximidade com todos e respeito e cuidado de todos com todos no amor. Estamos ainda longe disso. Mas esse é o caminho. Por isso, que também dizemos que Jesus é o caminho. Pensemos nisso!

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745