redacao@jornaldosudoeste.com

Você sabe a diferença entre ser de direita ou esquerda para se definir politicamente?

Publicado em

Se buscarmos o conceito do surgimento epidemiológico dessas vertentes, sabemos que estes termos advêm da Revolução Francesa (1789-1815), oriundos da Idade Contemporânea, quando se iniciam os debates de temas como política e ideologia e sua influência no mundo ocidental a partir do posicionamento conservador, liberal, progressista ou revolucionário, que os membros adotavam no período.

A polarização já era notória, existiam duas vertentes, os girondinos, considerados mais moderados e conciliadores, que ocupavam o lado direito da Assembleia Nacional Constituinte; enquanto os jacobinos mais radicais e exaltados ocupavam o lado esquerdo, eis que se institui popularmente os termos DIREITA/ESQUERDA.

A partir daí a comunidade científica, acadêmica, filosófica e intelectual começam a se declarar politicamente. Entre os nomes mais notórios da direita estão Donoso Cortez e Charles Maurras e na esquerda Karl Marx e Bakunin. Em síntese, ambas vertentes buscavam transformar o mundo, de acordo com suas convicções, a esquerda buscava implementar e instaurar a “justiça social”, e que o estado deveria administrar os meios de produção e a geração de riquezas (o capital) e distribuir isso de maneira igualitária. Já a direita adotava uma postura mais conservadora, de liberalismo econômico, em que a meritocracia dava o norte e aqueles que obtivessem mais destaque se sobressaiam perante os demais, ocupando posições hierarquia mais privilegiadas, retendo o controle dos meios de produção.

Brasil

No Brasil, na última década, com a expansão tecnológica, essas definições são utilizadas com frequência, e propagadas nas redes sociais e nos meios de comunicação, nos debates das casas legislativas como conceito de “eu estou certo e você errado”. Ou seja, está nociva, podendo se comparar a uma partida de futebol, uma final clássica do Palmeiras contra o Corinthians disputando o titulo do “Brasileirão”, onde as duas torcidas não podem ocupar o mesmo estádio.

Diálogo e respeito nesse campo não existem, o que inviabiliza o processo democrático pluralista e impõe a premissa opressora da disseminação do ódio, onde quem pensa diferente de você nesse campo se torna inimigo mortal. Um bom termômetro são as redes sócias, quantas amizades foram desfeitas, até mesmo na própria família? Quantos processos jurídicos tiveram início a partir das agressões em redes sociais, quando se debate política?

Muitos brasileiros se esquecem de que dos mais de 30 partidos políticos existentes e outras dezenas em processo de criação, a minoria se classifica como de extrema direita ou extrema esquerda. Este é o caminho a meu ver, o diálogo, pois a maioria dos partidos é de centro, centro-esquerda ou centro-direita. Embora não exista uma pesquisa que identifique o eleitorado brasileiro a esse respeito, justamente por entender que muitos não conseguem distinguir adequadamente os termos esquerda e direita.

O Brasil possui cerca de 210 milhões de habitantes, desses uma média de 150 milhões são eleitores aptos a votarem, mas quantos se consideram de direita ou esquerda sem saber o real significado? Na última eleição para presidente da república, o PSL (Partido Social Liberal) antes conhecido como “nanico”, por não ter representatividade expressiva e classificado como direita conservadora, conseguiu eleger a segunda maior bancada no Congresso Nacional.

Daí destaco algumas perguntas sem resposta, em que a análise é individual.

O eleitor vota no partido ou no candidato?

O eleitor vota no que ele entende como sendo de direita ou esquerda, ou busca um conhecimento mais amplo a respeito dos termos?

Nenhum desses fatores influencia a decisão e o eleitor vota por “osmose”, o “tanto faz”, e só comparece no colégio eleitoral porque é obrigatório o voto, e dos que ali estão 1 a cada 3 eleitores (1/3) votam branco ou nulo?

Deixe um comentário