Desde sempre, a própria vontade parece ser o melhor a ser feito.
Desde muito cedo.
Muito sempre.
Nós, criaturinhas humanas, queremos conquistar, no grito, nossas vontades assim que chegamos ao mundo.
E, conforme vamos ficando durinhos, primeiro no pescoço, depois no tronco e, por fim, nas pernas, vamos querendo impor nossas vontades.
A inocência não nos permite enxergar que absolutamente nada sabemos sobre o que é certo ou errado, sobre o que nos fará bem ou mal, por fim, o que nos fará continuar vivendo ou simplesmente morrer.
Se nossa vontade fosse absolutamente cumprida nos detalhes desde a mais tenra idade, com certeza, não teríamos chegado até aqui!
Algumas pessoas, digo algumas porque nem eu nem você somos assim, acreditam piamente que podem, ao longo da vida, ir fazendo todas as suas vontades.
Alguns pensam que podem sim, sem qualquer problema, dormir a hora em que bem entenderem e, enquanto acordadas estiverem, podem fazer tudo que têm vontade.
Pensam que seu corpo não será prejudicado.
Acreditam piamente que seu barulho e movimento sem critério não aborrecerão quem ao seu redor está.
Alguns pensam que podem andar na velocidade que querem.
Qual a necessidade de respeitar as leis de trânsito?
Leis?
Para que mesmo temos leis de trânsito?
Nossas vontades são tão mais interessantes de serem vividas…
O que se quer, o que dá prazer, o que faz sentido para um único ser, desde que esse ser seja “você” é sempre tão melhor.
E, por sermos 7,6 bilhões de pessoas no mundo, com algumas querendo fazer apenas suas vontades do jeito que lhes dá prazer, sem querer obedecer às leis, seguir regras ou respeitar o espaço que não lhes pertence, temos alguns problemas…
Ouvimos barulhos irritantes sobre nossas cabeças nas horas sagradas do sono, levamos horas para irmos de um lugar ao outro por termos que suportar os espertinhos no trânsito, somos chutados em elevadores por crianças fora de controle.
Ah e ainda tem o tempo que perdemos por sempre ter alguém que corta fila.
Vou deixar para que outro fale sobre o que nos ocorre quando quem tem acesso a muito resolve apropriar-se do que não é seu por direito.
Que delícia seria se todos tivessem alegria em seguir as regras do jogo, viver na lei, respeitar o próximo.
Vivi Antunes é ajuntadora de letrinhas e assim o faz às segundas, quartas e sextas no www.viviantunes.com.br